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sábado, 15 de abril de 2017

A SUPERSAFRA E A CAPACIDADE DE ESTOCAGEM


   Agricultores paranaenses estão comemorando os ótimos números da produção de soja e se preparam para a colheita do milho safrinha, que deverá vir também com força total. A supersafra e um motivo de orgulho para os produtores, mas por trás dela há uma preocupação importante: onde armazenar todo o produto? Com a expectativa de fechar em 19 milhões de toneladas – 15% a mais do que na safra 2015-16 – o ritmo de comercialização da soja está bem aquém dos anos anteriores, pois o volume da commodity no mercado interno e externo jogou os preço em seu pior patamar no último ano, espremendo os ganhos do produtor, que deverá manter os grãos estocados esperando melhor momento de comercialização. Mas a partir de julho, o milho começará a ser colhido, com expectativa de grande volume. Reportagem deste fim de semana da Folha de Londrina mostra que a supersafra é uma ótima notícia, mas os produtores e cooperativas estão preocupados com a capacidade estática vertical insuficiente para receber o alto volume produtivo. A promessa é que a safra cheia do Estado (verão e inverno) atinja 42 milhões de toneladas ao longo do ano. Mas a capacidade de armazenagem paranaense é de 30 milhões de toneladas. O preço da saca de soja está bem abaixo do praticado no ano passado. Na semana passada, ela estava sendo comercializada a R$ 56 – é a primeira vez no último ano que o valor chegou à casa dos R$ 50. Em abril de 2016, o valor estava em R$ 66, representando uma queda de 15,1%. É necessário estar preparado para situações como essa com criatividade para buscar alternativas rápidas, como a locação dos chamados silos-bolsa. Mais importante, porém, é investir em soluções eficientes de armazenagem, com a manutenção e incremento de linhas de crédito para construção e ampliação de armazéns. A capacidade de estocagem tem que crescer no País no mesmo ritmo que a produção no campo. (OPINIÃO, página 2, 15 e 16 de abril de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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