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sexta-feira, 24 de março de 2017

QUANDO O PERIGO MORA AO LADO


   Um dia após o atentado que deixou quatro mortos e 40 feridos, Londres tentava voltar à normalidade nesta quinta-feira (23) e buscava entender os motivos pelos quais Khalid Massod, de 52 anos – que nasceu em Kent, no Sudesteda Inglaterra -, atropelou os pedestres que estavam na calçada da ponte Westminster, diante do Big Bem. Como acontece todos os dias, na hora do ataque, turistas estrangeiros procuravam o famoso relógio para fotos e vídeos. Depois do atropelamento, o homem que morava no Oeste do País ainda esfaqueou um policial que impediu a sua entrada na sede do Parlamento. Masood foi morto a tiro antes de conseguir entrar no prédio símbolo da democracia. Em seu pronunciamento, a primeira ministra Theresa May disse que os ingleses não têm medo e que “a melhor resposta ao terror são milhões de atos cotidianos”. É um discurso bem parecido com a declaração da rainha Elizabeth II, feita em 2005, ao visitar os feridos do atentado contra o metrô e ônibus, quando quatro homens-bomba mataram 56 pessoas. Na época, a soberana disse que os atentados não mudariam o modo de vida dos britânicos. O ataque desta quarta-feira é o mais violento no Reino Unido desde 2005. O Serviço Secreto Britânico já havia investigado Masood anos atrás por suspeita de relação com extremistas islâmicos, mas no momento ele não era alvo da vigilância. Uma vigilância difícil. Como saber que uma pessoa está disposta a matar e a morrer vai atacar naquele momento? E que a arma será um carro? No caso de Masood, sabe-se que ele não era imigrante de origem árabe ou refugiado, geralmente os primeiros a entrarem na lista de suspeitos de atos como esses. O agressor era inglês e isso demonstra que erguer muros ou fazer barreiras não são as medidas mais inteligentes para se adotar contra o terrorismo. (OPINIÃO, página 2, sexta-feira, 24 de março de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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