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quarta-feira, 22 de março de 2017

MUITO ALÉM DO PRETO FOSCO


   
Envelopamento vira febre entre apaixonados por carro 

   Há cerca de uns sete anos – entre 2010 e 2012 – o envelopamento de automóveis no preto fosco se tornou uma febre entre os apaixonados por carro. O serviço foi considerado uma alternativa para customizar o veículo, deixá-lo moderno, diferente e ainda por cima protegia a pintura original de situações recorrentes do dia a dia. Com o passar do tempo, o “frisson” pelo preto fosco diminuiu, mas as empresas que apostam em materiais de envelopamento estético e proteção soa veículos lançaram novos produtos, com alta tecnologia e que, de fato, tendem a deixar os carros ainda mais atraentes, em todos os sentidos.
   Hoje, por exemplo, o envelopamento completo conta com um adesivo vinil com uma paleta de cores enorme, inclusive com alto brilho, se assemelhando à pintura original do possante. O proprietário da loja Super Film Londrina, João Paulo Bondiny, trabalha no ramo de películas há 18 anos e, com envelopamento, desde 2011. Ele comenta que o preto fosco perdeu certo espaço para novos produtos. “Para pintar um carro todo, pode demorar até um mês. O pessoal escolhe o envelopamento pela praticidade do adesivo e rapidez, já que fazemos o serviço em um ou dois dias. Visualmente, esses novos produtos deixam o carro igual quando se trata de adesivo de alto brilho. Hoje são muitas opções, nem conseguimos ter todas elas aqui na loja e trabalhamos sob encomenda”. 
   Neste tipo de serviço, o cliente vai gastar entre R$ 1,3 mil a R$ 1,5 mil para um carro popular, três vezes menos se for investir numa funilaria de qualidade para uma pintura completa. “Temos clientes de todos os perfis. Inclusive já envelopamos Porshes. Para trocar a cor, é necessário ira té o Detran ou a um despachante para alterar o documento do veículo.”

   POLIURETANO

   Um adesivo que está na moda neste momento é o de poliuretano, desenvolvido nos Estados Unidos, e conhecido como PPF (Paint Protection Film). A ideia aqui não é a estética, mas uma proteção maior contra pedriscos, riscos e outros atritos mais intensos. “É uma película totalmente transparente que você pode usar numa parte mais específica do carro, como para-choque e capô. O custo dela é mais alto, mas é bem eficiente neste sentido”. 
   O empresário calcula que, para fazer o para-choque completo e um terço do capô com PPF, a média é de R$ 900. Para um carro completo, o valor pode atingir R$ 9 mil. “Faço em muitos clientes com carros importados, que prezam em manter seus veículos como novos. O material em uma auto-cura, ou seja, se acontecer algum risco, quando o carro estiver no sol, ele retorna para a condição original.”
   Tanto para o envelopamento comum como no caso do PPF, o consumidor precisa ter alguns cuidados. Quando for ao lava rápido, por exemplo, é interessante evitar produtos mais abrasivos e até jatos de água mais fortes em alguns locais específicos, como retrovisor, maçaneta, etc. 

   PROTEÇÃO E ESTÉTICA AO GOSTO DO CLIENTE

   Motoristas que conversaram com a FOLHA contam a vantagem do envelopamento do carro. Eles relatam, principalmente, uma melhora no visual do veículo, “recuperação” da pintura e, além da proteção e maior estilo. 
   O aposentado, Antônio Henrique Saranz, possui um Nissan March e estava pensando em trocar por uma SUV. Porém, ao perceber que a concessionária jogou o valor do seu carro lá embaixo, resolveu dar um tapa no visual. Primeiramente, a ideia era pintá-lo, mas Antônio achou que o valor da pintura estava muito salgado. “O valor que orcei ficou em R$ 2.700. Contratei o envelopamento e o insulfilme por R$ 1.300, a metade do valor. Como a desvalorização do veículo vem de qualquer jeito, pelo menos posso ficar com o caro mais um tempo. Estou com 80 anos e acho que vou ficar com ele pelo resto da vida”, brinca o aposentado. 
   Já o empresário Eduardo Costa envelopou sua moto Harley Davidson e a Land Rover como uma forma de dar um novo visual aos veículos. “É um método rápido, não agride a originalidade do veículo, dá um astral diferente, de forma simples e bacana. Além disso, é possível fazer com pouco dinheiro e muito rapidamente”. “Sou um cara tão inquieto, que já usei o envelopamento em outras situações, como na minha cozinha e alguns móveis”, complementa ele. 
   O envelopador Glauber da Silva trabalha no ramo e também envelopou um Corsa que possuía, mudando a cor do veículo do prato para o preto fosco, “A pintura estava queimando e resolvi trocar de cor, deu um fôlego na estética e protegi o carro. Se cuidar bem, dura uns três ou quatro anos. Agora, estou com um Voyage bordô e estou pensando em envelopar no preto fosco ou azul metálico”, conta. (V.L.) 

   ENVELOPADO E PREÇO CHEIO NA TABELA FIPE

   Proteger o carro com algum tipo de envelopamento logo que se compra, ainda mais se for zero quilômetro, é uma ótima alternativa para manter os valores do veículo em bons patamares, e evitar a desvalorização na hora da revenda. 
   O proprietário da Carvalho Envelopamento, José Donizete Martins Júnior, relata que tem um cliente em Altônia, próximo a Guaíra, que toda vez que adquire um carro zero solicita os serviços da loja, que vai até lá atende-lo. “Ele cobre todo o carro com adesivo, que fica novo por baixo e evita qualquer tipo de marca, de cocô de passarinho até pequenos riscos do dia a dia. Na hora da venda, ele consegue o preço cheio da tabela Fipe. Investe agora para perder bem menos depois.”
   Outra tendência do mercado, segundo Martins Júnior, é adesivar apenas alguns detalhes no carro. “Eles utilizam o adesivo high light (super brilho), que imita o chamado black piano. Está muito na moda utilizá-lo no teto, com a integração do para-brisa com o vidro traseiro. Assim, ele se assemelha ao teto de vidro panorâmico. Fica muito bonito”. (V.L.) (VICTOR LOPES - REPORTAGEM LOCAL, página 4, FOLHA ECONOMIA & NEGÓCIOS, CARRO & CIA, carro@folhadelondrina.com.br quarta-feira, 22 de março de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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