Páginas

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

QUANDO NOS DESVIAMOS DA ROTA


   Todos estamos neste planeta para realizar a obra conjunta de melhoria da humanidade e evoluímos juntos. Mesmo nas maldades humanas reside um germe da evolução, embora por esse meio a caminhada seja mais longa e espinhosa. Muitos evoluem no sofrimento, outros se revoltam nessa situação, mas de qualquer modo nada ocorre em vão. Há os que crescem e só encontram a libertação interior quando trancafiados nas prisões. Porque, no mais do casos, em tal situação cessam de delinquir e de causar danos a si mesmos e a outros. Diria que até nisso reside a misericórdia divina, tão incompreendida. Estes são os meios de contenção para muitos, que só dessa forma se conscientizam e evoluem. 
   Nada é mais penoso que o cerceamento das liberdades – de mover-se, de ouvir e ser ouvido, de agir, de poder ver e sentir, de conviver com os demais, mas é nessa incômoda situação que pode sobrar tempo para a reflexão. Esta custa mais a ocorrer quando os sentidos estiverem voltados para a busca dos desfrutes mundanos a qualquer preço, mesmo prejudicando a muitos; para a apropriação de bens que não nos pertenciam , em desprezo pela missão que nos estava confiada – sobretudo quando de relevante função pública e de decisões e induções que afetam a muitos. 
   Todos nos encontramos aqui para executar um grande projeto pela causa evolucionária pessoal e dos que nos cercam e também pela causa deste planeta, porque também este pulsa vida e sofre se é tangido, e por isso reage com idêntica violência. Estamos debaixo do mesmo sol e somos irmanados à Terra, aos animais, às plantas, às águas, ao ar – por isso temos de viver em harmonia com tudo que nos cerca e com o que nossos olhares alcançam. Mas na luta entre nossa essência e o ego inferior, este muitas vezes triunfa. 
   É pelo livre-arbítrio que cada indivíduo elege uma tarefa, galga degraus de poder, e se perde o equilíbrio por negligência sofre o impacto da queda na proporção da altura que subiu, além de causar grandes danos. É desalentador para todos nós, parceiros nesta jornada, ver que tantos sucumbem ao desviar-se das obrigações que tinham, para aqui cumprir, e dos propósitos que estabeleceram antes de aportar nesta missão terrena. A triste consequência é que, ao perder o rumo, têm de retornar ao princípio da caminhada. (WALMOR MACCARINI, jornalista em Londrina, coluna ESPAÇO ABERTO, página 2, terça-feira, 7 de fevereiro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

Nenhum comentário:

Postar um comentário