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quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

CASAMENTO E ILUSÕES


   Com a notícia da separação de William Bonner e Fátima Bernardes e de Brade Pitt e Angelina Jolie a internet veio abaixo com incontáveis comentários. Chegou a ser o assunto mais comentado nas redes sociais. Afinal, por que essas separações mobilizam tanta gente se há inúmeros outros casais, ao nosso lado, que estão se separando sem gerar tanto curiosidade e agitação? O que será que o fim desses relacionamentos causa? Penso que nesses casais celebridades acabamos depositando muitas ilusões e fantasias e, e quando um fim desses casamentos terminam, é justamente nossas ilusões que sofrem um golpe. Abrir mão de uma fantasia é sempre doloroso. O problema está quando não encaramos o casamento sob uma ótica real, mas obrigamos que ele seja algo perfeito e digno de qualquer conto de fada. Se alguém não vive esse casamento idealizado (ninguém vive), tende a fantasiar sobre o casamento dessas celebridades que parecem ser perfeitos. Quando estes terminam nossas ilusões ficam feridas e tememos nunca vivenciarmos a perfeição que insistimos em acreditar. É mais do que natural casamentos terminarem. Frequentemente o que uniu um casal perde sentido ao longo da vida porque as pessoas mudam e as expectativas de cada um se transformam. Ninguém precisa e deveria permanecer casado se não há sentido nessa relação. Não há como forçar a barra, sendo o custo uma vida infeliz. E viver infeliz não é um preço válido a pagar. Muitos são os que se mantém casados mesmo quando um já está odiando o outro. Esperam que vai melhorar no futuro e com isso vão se destruindo e geralmente levam os filhos junto nesse abismo. Os filhos necessitam de pais que estejam bem e não necessariamente que estejam casados. Exigimos que os casamentos sejam perfeitos e que as pessoas mudem. Todavia, aceitar que a separação pode em determinados casos ser um bom negócio é importante. Entretanto, é difícil se separar porque toda separação implica em realizar um trabalho de luto. Isso demanda maturidade para que a elaboração do fim de um relacionamento seja digna e não caia em mais feridas e falta de respeito. Quando aceitamos abrir mão das ilusões podemos tolerar que a perfeição não existe e aí sim viver de verdade um casamento possível. (OPINIÃO, ( SYLVIO DO AMARAL SCHREINER , psicoterapeuta em Londrina, página 2, coluna ESPAÇO ABERTO,  quarta-feira, 25 de janeiro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA)

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