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sábado, 24 de dezembro de 2016

QUANDO OS FILHOS VOAM...


   Sei que é inevitável e bom que os filhos que os filhos deixem de ser crianças e abandonem a proteção do ninho. Eu mesmo sempre os empurrei para fora. Sei que é inevitável que eles voem em todas as direções como andorinhas adoidadas.
   Sei que é inevitável que eles construam seus próprios ninhos e eu fique como o ninho abandonado no alo da palmeira...
   Mas, o que eu queria, mesmo, era poder fazê-los de novo dormir no meu colo ...
   Existem muitos jeitos de voar... Até mesmo voo dos filhos ocorre por etapas. O desmame, os primeiros passos, o primeiro dia na escola, a primeira dormida fora de casa, a primeira viagem...
   Desde o nascimento de nossos filhos temos a oportunidade de aprender sobre esse estranho movimento de ir e vir, segurar e soltar, acolher e libertar, Nem sempre percebemos que esse momentos tão singelos são pequenos ensinamentos sobre o exercício da liberdade.
   Mas chega o momento em que a realidade bate à porta e escancara novas verdades difíceis de encarar. É o grito da independência, a força da vida em movimento, , o poder do tempo que tudo transforma.
   É quando nos damos conta de que nossos filhos cresceram e apesar de insistirmos em ocupar o lugar de destaque, eles sentem urgência em conquistar o mundo longe de nós. 
É chagado então o tempo de recolher nossas asas. Aprender a abraçar a distância, comemorar vitórias das quais não participamos diretamente, apoiar decisões que caminham para longe. Isso é amor. 
   Muitas vezes decidimos amor com dependência. Sentimos erroneamente que, se nossos filhos voarem livres, não nos amarão mais. Criamos situações desnecessárias para mostrar o quanto somos imprescindíveis. Fazemos questão de apontar alguma situação que demande um conselho ou uma orientação nossa, porque no fundo o que precisamos é sentir que ainda somos amados. 
   Muitas vezes confundimos amor com segurança. Por excesso de zelo ou proteção cortamos as asas de nossos filhos. Impedimos que eles busquem respostas próprias e vivam seus sonhos em vez dos nossos. Temos tanta certeza de que sabemos mais do que eles, que o porto seguro vira uma âncora que os impede de navegar nas ondas de seu próprio destino. 
   Muitas vezes confundimos amor com apego. Ansiamos congelar o tempo que tudo transforma. Ficamos grudados no medo de perder, evitando assim o fluxo natural da vida. Respiramos menos, pois não cabem em nosso corpo os ventos da mudança. 
   Aprendo que o amor nada tem a ver com apego, segurança ou dependência, embora tantas vezes eu me confunda. Não adianta querer que seja diferente: o amor é alado. 
   Aprendo que a vida é feita de constantes mortes cotidianas, lambuzadas de sabor doce a amargo. Cada fim venta um começo. Cada ponto final abre espaço para uma nova frase. 
   Aprendo que tudo passa menos o movimento. É nele que podemos pousar nosso descanso e nossa fé, porque ele é eterno. Aprendo que existe uma criança em mim que, ao ver meus filhos crescidos, se assusta por não saber o que fazer. Mas é muito melhor ser livre do que ser imprescindível. 
   Aprendo que é preciso coragem para voar e deixar voar.
   E não há estrada mais bela que essa. (RUBEM ALVES )

TESTEMUNHO DE FÉ E PERSEVERANÇA

 
   A dócil paroquiana Sra. Esther Porthela tem 104 anos de vida. 
Ela é uma participante assídua nas celebrações na Catedral e, na noite de 20 de novembro, juntamente com seus familiares, esteve presente na Missa do encerramento do Ano Santo da Misericórdia e da cerimônia de fechamento da Porta Santa.
   Sua fé é um forte testemunho de perseverança e amor à Igreja. (FONTE:
INFORMATIVO CORAÇÃO DE JESUS – CATEDRAL METROPOLITANA DE LONDRINA, Boletim mensal da Paróquia Sagrado Coração de Jesus. Ano 23. Nº 268 – DEZEMBRO 2016).

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