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sábado, 12 de novembro de 2016

O ENSINO MÉDIO EM DEBATE


   Qual o futuro do ensino médio? A questão tomou fôlego desde o dia 22 de setembro, quando o presidente Michel Temer anunciou uma medida provisória para reformar essa etapa da educação brasileira. A iniciativa visa sanar problema como evasão escolar, baixa pontuação no Ideb e despreparo para o mercado de trabalho. Entre as principais mudanças estão a ampliação da carga horária para o período integral, obrigatoriedade do ensino de língua portuguesa e matemática, nos três anos do ensino médio e tornar facultativas as disciplinas de arte e educação física. Há unanimidade em todos os setores sobre a necessidade de mudar os três anos que antecedem o vestibular, mas a mudança por meio de medida provisória foi considerada autoritária. As ocupações de escolas, universidades e outros prédios públicos colocaram o ensino médio no alvo do debate. As estatísticas referentes a essa etapa são desanimadoras. Dados do Ministério da Educação apontam que 43 dos alunos secundaristas não chegam ao fim do curso e 84% deles não ingressam no ensino superior. Para piorar, o ensino técnico no País estaria muito atrasado em relação ao resto do mundo. Conforme apresentado nas audiências públicas do Senado, apenas 8,4% dos jovens brasileiros cursam essa modalidade, contra 56% na Itália, 47% na Alemanha, 44% na China e 42% no Reino Unido. O Instituto Ayrton Senna, que defende a reforma, coloca que apenas três de cada dez jovens brasileiros que concluíram o ensino médio aprenderam o esperado em português. Na matemática, essa proporção cai para um aluno aprendendo realmente o conteúdo. Reportagem deste fim de semana da Folha de Londrina mostra opiniões contrárias e a favor da reforma e também a experiência de um ensino médio integrado que está dando certo: o Instituto Federal do Paraná (IFPR) prepara os alunos para cursar uma graduação e oferece formação técnica com perspectiva de empreendedorismo. É preciso que o modelo de ensino realmente tenha significado para o jovem do século 21. Caso contrário, continuaremos vendo evasão escolar e a triste realidade de muitos jovens que terminam o ensino médio sem perspectiva de fazer uma universidade e totalmente despreparados para ingressar no mercado de trabalho. (OPINIÃO página 2, 12 e 13 de novembro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA). 

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