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quinta-feira, 10 de novembro de 2016

O DIA SEGUINTE


  
   O mundo amanheceu perplexo ontem com a vitória de Donald Trump na corrida presidencial dos Estados Unidos e busca explicação para o sucesso do populismo e do politicamente incorreto, características do protagonista de uma campanha agressiva e pouco convencional para os parâmetros dos norte-americanos. O que significará a presença do bilionário republicano na Casa Branca a partir do ano que vem? Primeiro, é preciso entender que o voto dado pelo cidadão americano em Trump foi uma resposta à crise de 2008, que deixou a classe média daquele país mais pobre e saudosa dos tempos em que os empregos não faltavam e pagavam bem. O linguajar agressivo, os comentário pejorativos e a posição declarada contra imigrantes muçulmanos, mexicanos, chineses, japoneses e coreanos acabaram gerando muitas incertezas, mas conquistaram os trabalhadores insatisfeitos com a política econômica dos democratas. Foi assim que o ex-apresentador do programa de TV “O Aprendiz” tornou-se o 45º presidente do país mais poderoso do planeta. E conquistou isso sem ter construído uma carreira política, mas fazendo muitas promessas. Empresários, professores e cientistas políticos ouvidos pela Folha de Londrina preferiram a cautela, antes de emitir uma opinião sobre o futuro das relações comerciais entre o Brasil, Paraná e Estados Unidos a partir da posse do magnata. Antes de tudo, é preciso verificar se o discurso protecionista de campanha vai se consolidar. A escolha do seu secretariado também indicará a condução de suas políticas. É bom lembrar que o Brasil não tem nos Estados Unidos o seu principal parceiro comercial. Esse posto pertence à China. E, à primeira vista, a eleição de Trump pode representar oportunidades de crescimento para a economia chinesa. É no quesito meio ambiente e relações internacionais que as medidas de Trump preocupam os brasileiros e os latino-americanos. Há a promessa do presidente eleitor em expulsar os imigrantes ilegais e endurecer com os vizinhos mexicanos e cubanos. E há a ameaça de tirar os Estados Unidos do acordo de Paris sobre o clima, uma questão que preocupa todo o planeta. (OPINIÃO, página 2, quinta-feira, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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