Páginas

terça-feira, 8 de novembro de 2016

O BOLSA FAMÍLIA PRECISA SER TRANSPARENTE


   Após realizar um pente-fino nos cadastros do Bolsa Família, técnicos do governo federal encontraram irregularidades em 1,1 milhão dos 13,9 milhões de benefícios pagos (8% do total). Destes, 469 mil foram cancelados e 654 mil bloqueados após a auditoria verificar que o benefício tinha renda superior à exigida pelo programa. Foi um trabalho de investigação iniciado em junho deste ano e envolveu o cruzamento de informações de seis bancos de dados diferentes, entre eles Relação Anual de Informações Sociais (Rais), Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e INSS. Segundo os dados do Ministério de Desenvolvimento Social e Agrário, os bloqueios e cancelamentos correspondem a cerca de 2,4 bilhões ao ano. Mas o impacto das medidas deve ser menor, pois parte dos bloqueios e cancelamentos podem ser revertidos, desde que os beneficiários apresentem documentos que comprovem renda dentro do exigido, que é de no máximo R$ 170 per capita. A suspensão dos benefícios duram até três meses. Só após esse período, caso as informações não sem regularizadas, o Bolsa Família é cancelado. E o cancelamento já aconteceu para aqueles que, no levantamento, apresentaram renda acima de R$ 440 per capita. O governo também anunciou que irá convocar 1,4 milhão de famílias para regularizarem seus cadastros. Neste intervalo, todas continuarão a receber os benefícios. O pente-fino atingiu também o Paraná, que teve 19,5 mil benefícios cancelados e 20,3 mil bloqueados. Itaipulândia, na região Oeste do Estado, foi o quarto município brasileiro com maior número de casos de suspensão de cadastros. O Bolsa Família é um importante programa de distribuição de renda, mas é preciso que o benefício seja concedido realmente às famílias que precisam do dinheiro para sair da pobreza. O programa foi lançado há 13 anos e é constante motivo de debate. Por isso, auditorias devem ser realizadas com mais frequência e as fraudes identificadas. Para ter credibilidade, o programa precisa ser transparente. (OPINIÃO, página 2, terça-feira, 8 de novembro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

Nenhum comentário:

Postar um comentário