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terça-feira, 8 de novembro de 2016

A REDAÇÃO DO ENEM


   No último fim de semana, quase seis milhões de pessoas fizeram as provas do Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem. Ano após ano, a prova cresce em importância, funcionando como porta de entrada para inúmeras universidades por todo o Brasil. 
   E, dentro dos dois dias de exame, uma das provas mais aguardadas e comentadas é a de redação, que, neste ano, trouxe um tema bastante atual: a intolerância religiosa no Brasil e como combatê-la.
   Como sempre acontece, o exame ofereceu uma coletânea de textos sobre o tema. No caso, um trecho do código penal, um texto do ministério público e um infográfico com dados numéricos sobre o assunto, entre outros. 
   A proposta pedia que o estudante apresentasse proposta de intervenção, apontando caminhos para resolver o problema, com argumentos e fatos para defender seu ponto de vista, na forma de um texto dissertativo-argumentativo. 
   Nesse tipo de texto, espera-se que o aluno, primeiramente, identifique e comente sobre o problema. O infográfico presente na prova ajudaria, mas, como se trata de um assunto muito presente na mídia, seria interessante trazer outras informações complementares. 
   Daí em diante, partir para os “caminhos” para combater o problema. É fundamental que as propostas sejam bem pensadas, para facilitar a argumentação. Todas as ideias devem ser devidamente explicadas, fundamentadas e justificadas, como em qualquer texto desse tipo. 
   O tema, em si, é bastante fácil, principalmente para os estudantes “antenados”, que têm o hábito de acompanhar os noticiários. Muito se tem discutido sobre a questão do estado laico no Brasil, além de toda a questão envolvendo muçulmanos na Europa e em outros lugares. 
   O maior perigo seria cair em algumas “armadilhas”, como comentários e propostas preconceituosas ou que contemplem apenas uma ou outra religião. As instruções do ENEM deixam claro que qualquer proposta que desrespeite os direitos humanos receberia, automaticamente, nota zero, eliminando o candidato. 
   Como a maioria dos brasileiros tem alguma religião, há uma tendência natural de que você queira “puxar a brasa para a sua sardinha”, ou seja, argumentar em favor da sua própria religião, ou, ainda, valorizá-la mais, em detrimento de outras. Dependendo da maneira como esse tipo de argumento é colocado, poderia ser considerado pelos corretores como um desrespeito e, pior ainda, um exemplo de intolerância. 
   E aqui chegamos a um ponto que vale para qualquer outro vestibular (ou concurso) que você ainda vai prestar: objetividade! Uma dissertação argumentativa, tipo de texto mais cobrado em provas de redação, pede objetividade. Isso significa que suas opiniões e sentimentos devem, tanto quanto possível, ser deixado de lado, para que seu texto seja baseado em argumentos lógicos e racionais. 
   E quando a proposta pede para você se posicionar? Ainda assim, você deve fazê-lo baseado em fatos, evitando ao máximo o “eu acho” ou “na minha opinião.
   Tendo isso em mente, é só selecionar os argumentos e organizar as ideias, não se esquecendo de uma conclusão, que “feche” o texto, retomando os pontos principais e confirmando a tese proposta no início.
   E você, o que achou da redação do ENEM?    Mande um e-mail para nossa coluna com a sua opinião. 
   Até a próxima terça! 
   (FLAVIANO LOPES – PROFESSOR DE PORTUGUÊS E ESPANHOL. *Encaminhe as suas dúvidas e sugestões para bemdito14@gmail.com página 5, caderno FOLHA 2, coluna BEM DITO, terça-feira, 8 de novembro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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