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segunda-feira, 21 de novembro de 2016

GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA


   Fatos relacionados à gravidez na adolescência representa 60% do total de internações hospitalares de meninos e meninas na faixa etária dos 15 aos 19 anos, no ano de 2014, em todo o País. Os dados foram revelados por meio de pesquisa realizada pela professora da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), Maria Helena de Mello Jorge. Os números estudados fazem parte do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SUS). O total de internações nessa faixa etária, em 2014, foi de 894 mil. Até mesmo entre os mais novos (soa 10 aos 14 anos), as causas relacionadas à gestação motivaram 10% das internações. Entre esses adolescentes, as principais razões para a procura hospitalar foram causas externas (como acidentes e violências), doenças respiratórias, digestivas e infecciosas e a gestação. O problema é muito grave e extrapola a área de saúde, alertou a coordenadora da pesquisa. Muitas vezes, as meninas demoram para revelar a gravidez, o que prejudica a realização do pré-natal. Tanto que as adolescentes têm mais de 40% de partos por cesariana e existe uma tendência de que os bebês representam baixo peso. Outro número da pesquisa surpreendeu: cerca de 20% dos filhos nascidos no País são filhos de mães com menos de 20 anos de idade. O levantamento aponta ainda que a morte de 255 adolescentes em 2014 foi ocasionada por situações ligadas à gravidez, ao parto e ao período puerperal (após o parto). O aborto representou 7,1% desses óbitos. O estudo aponta a necessidade de muita atenção para o adolescente. É preciso pensar em políticas públicas analisando os costumes, hábitos e comportamentos que mudam rapidamente. A sociedade e principalmente os pais e responsáveis devem ter consciência de que, atualmente, a puberdade chega mais cedo. Consequentemente, mais cedo os adolescentes começam a assumir comportamentos de risco. A gestação, nessa fase, compromete a saúde da mãe e do filho. E também traz incerteza quanto ao futuro dessas meninas, que muitas vezes precisam se afastar da escola e começar a trabalhar para ajudar a sustentar a família. (OPINIÃO, página 2, segunda-feira, 21 de novembro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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