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sábado, 8 de outubro de 2016

QUEM ME QUER?



   Sou uma plantinha, cuja semente veio parar nesta propriedade pelas fezes de um amigo passarinho. Estou à procura de alguém que me queira e, por isso mesmo, invoco a letra de uma canção de Jeri Adriani para fazer auto-propaganda:
“ Quem não quer, se você não quiser. A outra/o eu dou o meu verdor, oh, oh”.
   É, meus queridos, estou aqui, na casa da Marina, esperando alguém que me queria. Acontece que ela é uma doadora de verde, e por isso está me doando. Como até agora não achei um dono ou dona e porque sei que a propaganda é a alma do negócio, passo a descrever minhas características.
   Sou novinha, estou com 0,52 centímetros de altura. Mas futuramente serei astrapeia, assônia ou dombeia (como você quiser me chamar) adulta.
   Conheça como ficarei: serei árvores de folhagem que dura muitos anos e de grande diâmetro. Terei uma copa densa em forma de uma grande sombrinha, portanto, de formato bem arredondadinho. Que tal? Já consegue me visualizar?
   Continuo minha apresentação: sou árvore de pequeno porte, mas minha copa é larga e baixa. Minhas folhas, quando me torno adulta, são grandes. Tem a cor verde brilhante, são aveludadas e algumas até assumem o formato de coração, acredita?
   Começo a florescer no final de maio ou começo de junho. Minhas flores tem coloração de rosa a avermelhada. Tenho perfume discreto, mas me dão o nome de flor-de mel porque as abelhas gostam de mim. Minhas folhas florescem desde a primavera até o verão e ocorrem em cachos que parecem pequenos buquês, pois são formados por várias flores. 
   Porém, sei que minha espécie também tem parentes com flores brancas que são difíceis de serem encontradas. 
   Posso ser cultivada em qualquer lugar do mundo sem problemas e, inclusive, não me furto nem em aos locais onde o frio impera. Mas necessito de muito sol e de rega diária. Minhas raízes são muito superficiais e, por isso, não sou indicada para ser plantada em calçadas. 
   Gostou de mim? 
   Então estou aqui à sua espera e, primeiro, lhe darei uma sombra fantástica para que você possa estar com seus familiares sob meu sombreado em um piquenique ou até armando sua rede sob minha sombra, que oferece temperatura fresca e agradável. ( MARINA POLONIO, leitora da FOLHA, página 2, caderno FOHA RURAL, coluna DEDO DE PROSA, 8 e 9 de outubro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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