A crise econômica impactou diretamente nas novas matrículas para o ensino superior, tanto na rede pública quanto privada. O número de estudantes que iniciam um curso em universidades e faculdades caiu 2,6% nas instituições públicas e 6,9% nas particulares entre 2014 e 2105. Os dados estão no Censo da Educação Superior 2015, divulgado ontem pelo Instituto Nacional de Estados e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Não é coincidência o fato da queda dos números acontecer no mesmo período em que o governo federal reduziu a oferta para o Fundo de Financiamento Estudantis (Fies) – ajuda para alunos de baixa renda estudarem em faculdades particulares. É a primeira queda nesses números desde 2009. Segundo o Censo, o número de alunos ingressantes matriculados na graduação diminuiu de 3,1 milhões em 2014 para 2,9 milhões em 2015. A maioria das vagas de graduação é ofertada pela rede particular. De acordo com o levantamento, o Brasil possui 2.364 instituições de ensino superior, sendo 2.069 vagas. Enquanto as instituições públicas oferecem 10.769 cursos, as particulares oferecem muito mais: 22. 732. De cada quatro estudantes, três estudam em instituições privadas. A redução nas matrículas deve refletir negativamente no cumprimento das metas do Plano Nacional de Educação que visam melhorar o aumento da escolaridade média da população e o número de matrículas na educação superior. No Brasil, o percentual da população com graduação com idade entre 25 e 34 anos não chega a 20% e está em 16,3%. Índice que coloca o País atrás da China, México, Chile e Colômbia. O ensino superior representa mais chance de melhora de vida para o cidadão e para a sociedade. Não é apenas o crescimento pessoal e profissional do indivíduo que está em jogo, mas o desenvolvimento do País, considerando os três pilares de sustentação das universidades, ensino, pesquisa e extensão. (FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br pagina 2, sexta-feira, 7 de outubro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).
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