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segunda-feira, 10 de outubro de 2016

O DESAFIO DE VOLTAR A SER REFERÊNCIA


   Entre 2010 e 2014 foram confirmados 40,6 mil casos de aids por ano no País. A disponibilização de um novo medicamento , o dolutegravir, para pacientes em início de tratamento de HIV pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é considerado um avanço no tratamento com antirretrovirais . O tratamento atual é composto por três medicamentos, tenofovir, lamivudina e efavirenz provoca uma série de eleitos colaterais e, por isso, há uma alta incidência de abandono do tratamento. O dolutegravir vem substituí-lo. 
   Inicialmente, o novo medicamento será ofertado no SUS a todos os pacientes recém-diagnosticados começando o tratamento e também aos pacientes que apresentam resistência aos antirretrovirais mais antigos. A expectativa é que em 2017 cerca de 100 mil pacientes iniciem o uso do novo medicamento.
   A Folha de Londrina analisou a política de enfrentamento do HIV/aids, no último fim de semana, ao entrevistar o coordenador executivo da Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (Abia), Salvador Corrêa. Na opinião do especialista, a entrada no programa do remédio representa um avanço mas não é suficiente para colocar o Brasil novamente no patamar de referência internacional que o País ocupou até meados da década passada. 
   A situação do Brasil hoje é diferente: Os últimos balanços da Organização Nacional das Nações Unidas (ONU) colocaram o Brasil na triste liderança de novas infecções, de mortalidade e transmissão vertical (de mãe para filho) na América Latina. 
   Nos últimos anos houve deficiência na política de enfrentamento da aids, que fizeram com que a doença avançasse. Na opinião do coordenador da Abia, foram principalmente falhas na prevenção e tratamento. Todo paciente com HIV ou aids tem direito ao tratamento gratuito no Brasil, mas existem algumas lacunas nos serviços que variam conforme a região do País, pois os municípios são responsáveis pela implantação dos serviços. 
   Assim, é necessário analisar as particularidades regionais e identificar os problemas que podem estar relacionados com logística, treinamento dos profissionais, investimento e capacidade de dialogar com os vários grupos afetados pela epidemia. É preciso avançar no tratamento e nas pesquisas médicas, mas é necessário combater também o preconceito e a discriminação. (FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, segunda-feira, 10 de outubro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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