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domingo, 23 de outubro de 2016

BONITA NA FOTOGRAFIA


   Nova edição de livro com imagens de edificações em todo país inclui a antiga Rodoviária de Londrina, atual Museu de Arte
   Em 2002, a Capivara Editora lançou o livro “Patrimônio Construído”, que reunia imagens das cem edificações mais belas do Brasil tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), de norte a sul do país, do século XVI ao XX, fotografadas por Cristiano Mascaro, destaque nacional em fotografia. Uma comissão de seis especialistas teve a difícil tarefa de selecionar uma centena de monumentos. Como autores dos textos, três dos integrantes da comissão – Augusto da Silva Telles, Lauro Cavalcanti e Alexel Bueno – mencionavam com pesar as dezenas de construções que haviam ficado fora do número redondo. 
   O pesar, em parte, foi solucionado com uma nova edição ampliada, lançada neste mês, agora com 110 monumentos e novas imagens. A edição atual é trilíngue (português/inglês/francês) e reúne 574 fotografias. As imagens aéreas das dez novas edificações foram feitas com um drone pelo fotógrafo Pedro Mascaro, filho de Cristiano. O livro tem patrocínio da Fundação Cultural BNP Paribas. As dez novas inclusões foram o Castelo d’Água, (Olinda/PE); Associação Brasileira de Imprensa, Parque do Aterro, Casa das Canoas e Conjunto Pedregulho (Rio de Janeiro/RJ); Instituto dos Arquitetos do Brasil, MASP, Pavilhão da Bienal e Pinacoteca do Estado de São Paulo (São Paulo/SP); e, para orgulho dos pés-vermelhos, a antiga Rodoviária de Londrina. 

LONDRINA EM CENA 

   Na edição anterior não havia nenhuma obra do Paraná. Nesta, apenas a cidade de Londrina entrou, representando todo o Estado, com a antiga Rodoviária, inaugurada em 1952, que desde 1993 funciona como Museu de Arte, famosa construção do arquiteto João Batista Vilanova Artigas.
   O reconhecimento da obra londrinense no livro, no entanto, não vai ao encontro da triste realidade na qual se encontra o prédio atualmente. Como grande parte das obras publicadas no Brasil que não possuem recurso fixo obrigatório em orçamento para manutenção, reparou ou reformas, o Museu de Arte de Londrina padece da falta de investimentos resultando em um espaço muito deteriorado, com estrutura que oferece riscos, o que também implica diretamente em seu funcionamento e abrigo de acervos culturais ou exposições. 
   Infelizmente, o cenário não deve mudar em curto e médio prazo, pois não existe orçamento para qualquer tipo de restauro, este avaliado em R$ 2, 4 milhões, de acordo com projeto realizado em 2011. A última intervenção – um projeto de revitalização – foi feito no local em 1998, na parte elétrica e hidráulica. Houve um aceno de R$ 500 mil para 2016, mas o orçamento para investimento foi totalmente contingenciado pela administração para obras e aquisição de equipamentos. Para 2017, a perspectiva é de que seja aprovado apenas R$ 100 mil para este setor na cultura. 
   Para tentar minimizar o problema, Solange Batigliana, secretaria de cultura que deve entregar a coordenação da pasta brevemente para a nova gestão, diz que já está em vias de fundação a Associação de Amigos do Museu, que vai reunir representantes da sociedade civil organizada para a captação de recursos. “ A próxima gestão terá vários desvios pela frente, entre eles, essa questão séria de recursos. Enquanto isso, a secretaria realiza pequenos reparos, dentro do que é possível fazer com o que dispõe” – explica. ( MARIAN TRIGUEIROS – Reportagem Local, caderno FOLHA  2, 22 e 23 de outubro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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