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domingo, 2 de outubro de 2016

A CAPELINHA DAS DORES DO MUNDO


   Há cerca de trinta anos, meu amigo estava passando por sérias dificuldades na vida pessoal, mergulhado em profunda depressão. Certo dia ele caminhava tristemente pela Rua Goiás, quando viu o Santuário da Mãe Rainha. Alguma coisa lhe disse para entrar e rezar, e foi o que ele fez. Ajoelhou-se diante do altar e disse: 
   - Mãe, peça ao Seu Filho que tenha piedade de mim!
   Naquele tempo, a maior preocupação de meu amigo era salvar a própria família. Pouco tempo atrás, eu usava um broche da Mãe Rainha na lapela, quando ele me confidenciou:
   - A Mãe é forte. Ela salvou minha vida. 
   No dia de amanhã, meu amigo estará enfrentando aquele que parece ser o maior desafio de sua vida até o presente momento. Mas apenas parece: na verdade, o seu momento mais importante foi aquele em que decidiu entrar no Santuário, que muitos chamam de capelinha, para rezar à Nossa Senhora Três Vezes Admirável de Schoenstatt, que muitos chamam simplesmente de Mãezinha.
   O estado de sofrimento define uma das regras gerais da existência humana sobre a Terra. Viver é doer. Mas também existe, entre uma dor e outra, um sentimento que, C. S. Lewis denominava de Alegria (assim mesmo, em letra maiúscula, como se fosse uma pessoa) e eu prefiro chamar de consolação. Hoje eu tive um desses raros momentos ao observar o sono de meu filho nas primeiras horas do dia. 
   Família é aquele patrimônio maior do que todas as riquezas do mundo, pelo qual você entregaria a própria vida sem vacilar. Quem não está disposto a morrer por quem ama não é digno do amor, nem da morte. Na semana passada, uma famosa intelectual esquerdista qualificou como “bestas” as pessoas que saem em público para defender a instituição familiar. Para ela e tantos outros militantes travestidos de professores, pai e mãe representam a opressão e o atraso. 
   No livro “Sussurros” , o historiador Orlando Figes faz um abissal mergulho na vida privada durante o regime soviético e cita o comentário de um teórico da educação comunista em 1918 (um ano após o golpe liderado por Lênin): “ Precisamos transformar os jovens em uma geração de comunistas. Crianças, como cera macia, são muito maleáveis e devem ser moldadas como bons comunistas... Precisamos resgatar as crianças da influência prejudicial da família... Precisamos nacionalizá-las. Desde os primeiros dias de suas pequenas vidas, elas precisam sob a influência benéfica das escolas comunistas”.
   Até hoje, quase cem anos depois, a família continua sendo o principal alvo das políticas educacionais da esquerda. Não foi por acaso ou capricho que a celebridade petista disse aquelas palavras a estudantes de 13 a 16 anos. Ela sabia muito bem que a família é o principal inimigo dos engenheiros sociais em todos os tempos. Eles não hesitarão em usar os nossos filhos como inocentes úteis para seus projetos de poder. Aliás, é o que já estão fazendo no tal “Fora Temer”. 
   Mas a Mãe não vai permitir que eles realizem seus planos. Ela nos ajudará, assim como ajudou tanta gente ao longo destes dois milênios. (Crônica do jornalista e escritor PAULO BRIGUET, coluna PAULO BRIGUET. Fale com o colunista: avenidaparana@folhadelondrina.com.br, página 10, FOLHA ESPECIAL , 1 e 2 de outubro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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