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quinta-feira, 8 de setembro de 2016

SimpaTite

Sem a braçadeira de capitão, Neymar rendeu mais e brilhou contra a Colômbia jogando pelo lado esquerdo como no Barcelona
   Além da evolução tática, novo treinador conseguiu aproximar seleção da torcida e criou clima descontraído entre os jogadores

   São Paulo - Mais do que as vitórias contra Equador e Colômbia, o ainda iniciante trabalho do técnico Tite foi exaltado pelos bons sinais que têm apresentado dentro e fora do campo, especialmente na comparação com o seu antecessor, o técnico Dunga. 
   Em três meses no cargo, e pouco mais de uma semana com os jogadores, o treinador e sua comissão técnica tiveram sucesso em estabelecer um padrão tático na equipe, conseguir resultados positivos, aproximar a torcida do time e criar um clima descontraído entre os jogadores. 
   A ideia de montar um esquema 4-1-4-1 e colocar os jogadores para executarem as funções a que estão acostumados em seus clubes surtiu efeito e o time mostrou organização tática nas partidas, além de um futebol ofensivo, baseado na troca de passes e na velocidade.
   Com Tite, Neymar foi colocado pelo lado esquerdo do ataque, onde joga no Barcelona, e foi desincumbido da função de ser capitão (algo que ele mesmo havia pedido). A responsabilidade foi passada a jogadores mais experientes, como Miranda e Daniel Alves. A atitude deixou o camisa 10 do time mais tranquilo, o que se refletiu em campo, com atuações convincentes, e no vestiário, onde tem sido um dos mais animados e tem ajudado os mais jovens, como Gabriel Jesus e Marquinhos, a se entrosarem com o restante do grupo. 
   Entre os jogadores e profissionais da CBF, o clima mudou completamente. O esquema militar implantado por Dunga, com uma cartilha que proibia o uso de chinelos e brincos e a obrigatoriedade de cantar o hino nacional, foi substituído por conversas sobre tática e o orgulho de jogar pela seleção brasileira. Descontraídos, os jogadores têm dado entrevistas comemorando o novo momento e têm feito brincadeiras entre si e com torcedores nos treinos e no vestiário. O único treino aberto em Manaus, no sábado, foi uma grande festa, com jogadores arremessando bolas e camisas aos presentes. Neymar, o mais assediado, ainda jogou sua camisa e posou para fotos. 
   Quem não estava bem com o antecessor de Tite, como o lateral Marcelo, que Dunga acreditava que não tinha comprometimento com a seleção, encaram a chegada do novo técnico como “vida nova”. O zagueiro Thiago Silva deve ser outro a desfrutar da renovação do comando nas próximas convocações. (FOLHAPRESS, página 8, FOLHA ESPORTE, quarta-feira, 8 de setembro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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