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terça-feira, 6 de setembro de 2016

PREPOSIÇÕES


   Hoje vamos tratar de uma classe de palavras muito importante. As preposições são uma das duas classes do português que exercem a função de conectivos (a outra são as conjunções). Isso significa que elas servem para conectar, “ligar” as palavras dentro de um texto. 
   Podemos dizer que há duas categorias de preposições: as essenciais e as acidentais. No primeiro grupo, estão palavras que sempre funcionam como preposição e recebem esse nome porque são essenciais para a utilização de certos verbos, por exemplo, como os transitivos indiretos. Já as preposições acidentais são aquelas que podem também assumir outras funções, ou seja, pertencer a outras classes de palavras. Isso significa que sua classificação correta vai depender do contexto em que está inserida. 
   As preposições essenciais do português são: A, ANTE APÓS, ATÉ, COM, CONTRA, DE, DESDE, EM, ENTRE, PARA, POR, PERANTE, SEM, SOB, SOBRE e TRÁS. Algumas gramáticas incluem nesta lista a preposição PER, que, embora realmente exista nos dicionários, acabou sendo substituída no uso da língua pela sua variação POR. Cuidado para não confundir a preposição A com o artigo definido feminino singular A. Embora sejam “iguais”, são, na verdade, duas palavras distintas, com significados e usos diferentes.
   Já entre as preposições acidentais, encontramos as palavras AFORA, COMO, CONFORME, CONSOANTE, DURANTE, EXCETO, FEITO, FORA, MEDIANTE, MENOS, SALVO, SEGUNDO, SENÃO, TIRANTE e VISTO, que, como dissemos antes, podem ser ou não preposições de acordo com a frase em que se encontram. Só para exemplificar, a palavra COMO, na frase “Eu, como professor, tomo muito cuidado com a língua” é preposição. Já em “Tudo foi feito como combinamos”, está funcionando como conjunção, ligando as duas orações. 
   Além desses dois tipos de preposições (essenciais e acidentais), podemos também falar em locuções prepositivas, que é quando temos duas ou mais palavras funcionando como uma preposição. Nesse caso, a última palavra da locução sempre deverá ser uma preposição. Aqui, a lista é muito grande, pois teoricamente sempre é possível pensar em novas combinações de palavras para fazer o serviço de uma preposição. Então, citamos apenas alguns exemplos: ABAIXO DE, ACIMA DE, A FIM DE, ALÉM DE, ANTES DE, AO INVÉS DE, AO LADO DE, APESAR DE, A RESPEITO DE, ATRÁS DE, ATRAVÉS DE, DE ACORDO COM, DEBAIXO DE, DENTRO DE, DEPOIS DE, DIANTE DE, EM FRENTE DE, EM LUGAR DE, EM VEZ DE, GRAÇAS A, PERTO DE, POR CAUSA DE, etc. 
   As preposições são invariáveis, ou seja, não apresentam flexão de gênero (masculino e feminino) nem de número (singular e plural). Entretanto, várias delas podem se combinar com outras palavras variáveis, como a preposição DE, que se combina com os artigos definidos (DE +A = DA, indefinidos (DE + UMA = DUMA), pronomes pessoais (DE + ELE = DELE) e demonstrativos (DE + ISSO = DISSO). É da junção entre a preposição A e o artigo feminino A que vem a crase (À), por exemplo. Essa ‘junção” de palavras pode ocorrer de duas formas: combinação, quando as duas simplesmente se juntam, sem que haja alteração de qualquer uma delas (como em AO = A + O) e contração que é quando uma delas , ou ambas, sofre modificação (EM + A = NA). 
Finalmente, é importante notar que o uso das preposições não é uma opção de quem fala ou escreve. Quando uma palavra necessita de uma preposição para liga-la à outra, é necessário identificar qual a preposição correta em cada caso. Quem cuida disso é uma área de nossa gramática chamada REGÊNCIA. Não se preocupe, trataremos disso em outra coluna. 
   Ficou ainda alguma dúvida sobre preposições? Mande-nos um e-mail. 
   Até a próxima terça-feira! (FLAVIANO LOPES – PROFESSOR DE PORTUGUÊS E ESPANHOL. *Encaminhe as suas dúvidas para bemdito14@gmail.com página 5, caderno FOLHA 2, coluna BEM DITO, terça-feira, 6 de setembro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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