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terça-feira, 13 de setembro de 2016

OCUPAÇÃO DESORDENADA


   Cento e trinta e cinco mil pessoas moram em 365 áreas irregulares espalhada pelas seis cidades do Paraná: Curitiba, Londrina, Foz do Iguaçu, Ponta Grossa, Cascavel e São José dos Pinhais. No total, essa população consumiu 8 milhões m³/ano de água em 2014 geraram cerca de 6,3 milhões m³/ano de esgoto. Para o Instituto Trata Brasil, que pesquisou e levantou os números citados acima, as áreas irregulares são um entrave para a universalização do saneamento básico. Do total de esgoto gerado, estima-se que 3,1 milhões m3/ano são lançados sem tratamento. Segundo estimativa do instituto, para universalização dos serviços de água e esgoto nas áreas irregulares dessas seis cidades seriam necessárias mais 41 mil ligações de água e esgoto. A situação de Londrina é muito delicada. Em torno de 68 mil pessoas moram em 53 assentamentos irregulares e, segundo dados da Sanepar, em todos há ligações clandestinas de água. A estimativa é que 3 milhões de metros cúbicos de água foram consumidos, em 2014, nestas áreas. 
   Não existem informações oficiais para um cenário complexo. Muitas dessas ocupações acontecem em áreas de preservação ambiental e em locais onde é difícil a construção de um sistema de esgoto. Fossas são de maneira irregular, muitas vezes próximas de poço de água. Há sempre o perigo de contaminação e risco para a saúde. Assim como existe o problema do desperdício. Isso porque nas áreas de invasão o consumo é alto, pois mesmo quem paga, faz uso da tarifa social. As ocupações irregulares são um problema de grande parte das cidades brasileiras e dos municípios que fazem parte de regiões metropolitanas. São formadas por pessoas que não têm acesso ao sistema habitacional formal. A solução é difícil e o processo de regularização é lento e muito complicado porque envolve aspectos urbanísticos, jurídicos, ambientais e sociais. Regularizar significa encontrar uma solução, colocar milhares de família vivendo de acordo com a lei. Longe da insegurança e da precariedade. É um tema que dificilmente está presente nos debates políticos, mas que precisa estar no programa de governo dos próximos prefeitos. (FOLHA OPINIÃO, página 2, terça-feira, 13 de setembro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).    

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