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segunda-feira, 12 de setembro de 2016

CÂMARA DECIDE DESTINO DE CUNHA


   Um levantamento realizado pela Agência Estado indicava na sexta-feira que já havia número suficiente de votos para aprovar o pedido de cassação do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) em sessão marcada para hoje à noite, na Câmara Federal. Quando o final da semana chegou, 270 deputados haviam declarado que vão votar pela perda do mandato do ex-presidente da Casa. Para que a cassação seja aprovada, é necessário o voto de no mínimo 257 dos 513 deputados.          Foram quase 360 dias desde que o processo contra o peemedebista começou, quando deputados do PSOL e da Rede apresentaram uma representação contra o político do Rio de Janeiro. Investigado pela Lava Jato, Cunha pode cair porque teria mentido em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dizendo que não tinha contas no exterior. Mas investigações da Polícia Federal e do Ministério Público revelaram o contrário. 
   A suposta mentira virou base do processo de cassação. No dia 5 de maio, o Superior Tribunal Federal (STF) afastou Cunho do cargo e do mandato por tentativa de atrapalhar as investigações contra ele. Cunha tem muita articulação no Congresso e seus aliados vão tentar manobrar para salvá-lo da cassação. São os benefícios da prática de um sistema político predador, em que as trocas de favor falam mais alto. Uma dessas manobras pode ser um “acordo” para garantir uma pena mais branda, semelhante ao que aconteceu com a ex-presidente Dilma Rousseff no processo de impeachment. 
   O grupo do peemedebista tem esperança também de substituir também a aprovação do parecer do Conselho de Ética pela cassação por uma medida punitiva mais branda, como a suspensão do mandato por até seis meses. Ainda há muita indefinição e as bancadas do PT, PSDB e PSB disseram que votarão unidas pela cassação. Mas há incertezas em outros partidos. Para alguns parlamentares do PMDB, por exemplo, há o constrangimento de votar contra um correligionário. O Centrão também está devido. Ou seja, a sessão de hoje, que começa às 19 horas, não tem hora para terminar e deve reservar polêmicas. Porém, antes de tudo é preciso que a sessão tenha quórum. Caso contrário, não teremos nem votação. (FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, segunda-feira, 12 de setembro de 2016. Publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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