Páginas

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

UMA ALTERNATIVA À SUPERLOTAÇÃO DE PRESOS


   Chamaram atenção nos últimos meses, as notícias de crimes praticados por presos monitorados por tornozeleiras eletrônicas. A reincidência dos detentos que saíram da prisão usando o dispositivo é de 3%, índice considerado baixo pelas autoridades. Mas como se trata de um sistema novo, é fato que o assunto está em evidência e causa impacto. Assassinatos, assaltos, tráfico de drogas e explosão de caixas eletrônicos estão entre os atos mais praticados por aqueles que são monitorados a distância. Segundo reportagem publicada ontem, pela Folha de Londrina, desde outubro ded 2014, cerca de 70 presos da região Norte e Norte Pioneiro do Paraná já perderam o benefício da tornozeleira por reincidência no crime. Somente no mês de Julho, dois detentos monitorados morreram em trocas de tiros com a polícia durante assaltos em Londrina. Às vésperas de se completar dois anos do uso da tecnologia 2.081 presos de Londrina e outras 32 comarcas judiciárias das regiões Norte e Norte Pioneiro receberam as tornozeleras. Deste total, 1.260 já tiveram os equipamentos retirados – a maioria por ter cumprido a pena – e 821 continuam sendo monitorados. Em todo o Paraná, atualmente, 2.505 presos estão sendo acompanhados pelo equipamento. As violações dos dispositivos incluem situações como se evadir o perímetro determinado ou deixar de carregar a bateria. O retorno ao mundo do crime é maior entre aqueles que saíram direto do regime fechado para a tornozeleira eletrônica. Entre os que passaram pelo semiaberto, a reincidência é menor: 1,7%. Mesmo com os índices de reincidência, é preciso considerar as vantagens do sistema e resolver as falhas para melhorar os resultados. O aluguel mensal do dispositivo é R$ 240,00 – valor dez vezes menor que o custo de um detento no regime fechado. Além disso, a redução da superlotação nas cadeias é um fator importante a ser considerado e as chances de ressocialização devem aumentar, pois evita que a pessoa fique em contato com detentos mais perigosos, principalmente integrantes de facções criminais. (FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, quinta-feira, 4 de agosto de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

Nenhum comentário:

Postar um comentário