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sexta-feira, 8 de julho de 2016

PROGRAMADORES PRECOCES

Atração em evento da Oracle em São Paulo, Pedro Carrijo desenvolveu sistemas para auxiliar atividades da mãe, do pai e de uma empresa norte-americana
   Arte da programação atrai pessoas cada vez mais jovens, como Pedro Carrijo, 15 anos, que aprendeu a escrever códigos quando se recuperava de uma cirurgia

   Com apenas 15 anos e uma bagagem de dar inveja a muitos profissionais da Área de Tecnologia da Informática (TI), Pedro Carrijo é franzino, mas foi um dos centros de atenção em um evento realizado semana passada em São Paulo ( SP) com a presença de executivos da Oracle, empresa norte-americana detentora do Java, uma das linguagens de programação mais conhecidas do mundo. O menino já desenvolveu três sistemas – um para a mãe, que é costureira, ter controle dos seus ganhos, outra para o pai, dono de lava rápido, gerenciar a entrada e saída de clientes, e mais um para uma empresa norte-americana de “hospedagem de bicicletas” com base no uso de QR code para fazer a gestão das bikes que entram e saem do estabelecimento por meio de dispositivos móveis. Hoje, Pedro é jovem aprendiz na Oracle, e alterna suas idas à escola com o expediente na filial da empresa em São Paulo, durante o dia. 
   “Aprendi a programar durante a recuperação de um cirurgia de transplante de fígado por seis meses. Sempre gostei muito de jogos e quis aprender a fazer meus próprios”, conta o menino, em entrevista à FOLHA durante o JavaOne promovido pela Oracle na capital paulista. Como jovem aprendiz em uma grande empresa, ele diz desejar seguir carreira desenvolvendo sistemas que fazem a diferença e ajudem as pessoas de alguma maneira. Sua ideia é desenvolver um software que escaneia vários pontos do corpo de uma pessoa para auxiliar quem não consegue ver ou escutar.
   Pedro é uma prova de que não existe idade certa para aprender programação. “No início foi difícil”, ele relata. Mas orienta que, depois de aprender a lógica da programação tudo fica mais fácil. Atualmente, além de Java, o garoto sabe programar utilizando outras linguagens. “ Hoje em dia é bem mais fácil aprender a programar. Antes, tinha que pegar livro na biblioteca, mas hoje dá para conseguir qualquer material na internet a um preciso acessível”, observa o jovem programador. “ Com muito esforço, qualquer pessoa consegue aprender ”. 
   Isaura Carrijo, mãe de Pedro, incentiva o menino. “ A criança que estuda programação, além de desenvolver sistemas, usa a mesma lógica para resolver outros problema, é capaz de encontrar várias maneira de resolver um mesmo problema na escola, na vida, no dia a dia “, diz, orgulhosa. “ E hoje em dia, a tecnologia está acessível a todo mundo “. 

   CAPACITAÇÃO 

   Durante o JavaOne, o Oracle selecionou três Etcs (Escolas Técinicas Estaduais) de São Paulo para que os alunos de Ensino Técnico das áreas de TI pudessem ter um contato mais próximo com a linguagem de programação. Em grupos eles puderam desenvolver um código em Java que fizesse um robô feito com peças de Lego se mover e acender luzes. Todos eles foram bem-sucedidos em sua tarefa, e com bastante facilidade. “ Amanhã eles serão nossos colegas de trabalho “, comenta Leonardo Barros, consultor sênior da Oracle, que explica que o objetivo da atividade foi “evangelizar” a comunidade para a tecnologia e contribuir para que os jovens estejam preparados para o mercado de trabalho já logo depois que saem da escola. Ele confirma que o interesse pela programação parte de pessoas cada vez mais jovens. 
   “ É uma área que sempre vai estar muito em alta”, justifica o estudante do curso técnico em TI Vitor de Oliveira, de 17 anos, A tecnologia, diz, é uma oportunidade de automatizar serviços, ajudando as pessoas a realizarem suas atividades mais rapidamente. Ana Carolina Bispo, de 15 anos, e Suzana Barros, de 18, também estudantes do curso técnico de TI e de Redes de Computadores, também estão de olho no mercado de trabalho e mostram que, em uma profissão dominada por homens, meninas também têm vez. “ Temos as mesmas capacidades que os garotos “, comenta Ana Carolina, que quer ser programadora. 

   MUNDO CONECTADO

   “Essa é uma outra conexão com o mundo “, diz Ricardo Barros, diretor de Marketing Middleware da Oracle para a América Latina, sobre o interesse cada vez mais precoce dos jovens por programação. Na sua visão, tudo um dia terá alguma ligação com tecnologia, a exemplo do que já ocorre com o fenômeno da Internet das Cosas ( Intenet of things – IoT ),em que objetos passam a se conectar uns aos outros mais intensamente. “ O IoTé um processo em que tudo será algo de tecnologia “. (MIE FRANCINE CHIBA – Reportagem Local, FOLHA ECONOMIA & NEGÓCIOS, - MERCADO DIGITAL, quinta-feira, 7 de julho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA). 

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