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sábado, 9 de julho de 2016

PRODUÇÃO DE QUEIJOS COMO MANDA A LEI


Doraci Martins aprendeu a pasteurizar o leite para a produção diária de 20 a 30 quilos, ela já cumpriu os requisitos para o registro  e aguarda apenas a entrega formal do documento

   Projeto da Unenp tira produtores da informalidade, oferecendo assistência técnica para que obtenham assistência técnica para que obtenham certificação de qualidade e, assim, mais mercado e renda

   A produção de queijos é a aposta de muitos produtores de leite porte para aumentar o faturamento. É o caso de Doraci Martins, de Joaquim Távora (Norte Pioneiro), que atua na cadeia leiteira há dez anos. A produtora possui 12 vacas mestiças e tem produtividade de 70 litros de leite por dia. Toda produção é voltada para os queijos, rendendo em torno de 20 a 30 unidades. Para melhorar ainda mais os preços de venda, Doraci ingressou no Programa de Registro e Certificação de Queijos da Universidade Estadual do Norte do Paraná (Unemp), que atende produtores de quatro cidades da região Andirá, Cornélio Procópio, Joaquim Távora e Leópolis. 
   Em todos os municípios, o programa atua em conjunto com o Serviço de Inspeção Municipal ( S.I.M), que controla a qualidade dos produtos também é o responsável por emitir a certificação de qualidade aos produtores que se adequam à legislação. Em Joaquim Távora, foi o S.I.M que procurou a Unenp para trabalhar com os produtores locais. 
   Em poucos meses, Doraci cumpriu todos os requisitos para receber o registro e hoje aguarda a entrega formal do documento. “ Entregava o leite nas escolas, mas meu produto não passava pelo processo de pasteurização. Agora, depois do curso, o meu rendimento aumentou, com o processo sendo fundamental para que o queijo tenha maior validade e, em pouco tempo, melhor preço”. 
   Ela comenta que hoje consegue comercializar um queijo de 600 gramas pelo valor de R$ 7 para o comércio e R$ 8 diretamente aos clientes. “ Todo o processo para a produção de leite e do queijo aumentou demais, inclusive agora estou realizando o processo de pasteurização. O custo de produção ultrapassa R$ 6 por unidade. Quando estiver com minha certificação, que será um grande diferencial, certamente terei de fazer esse repasse para melhorar minha rentabilidade”, diz Doraci. 
   Além de ofertar o curso, a equipe da Unenp também faz visitas aos produtores que querem se regularizar. “ A nossa função é orientar para que eles possam produzir de acordo com o que a legislação exige”, explica Glaucy Costa, médica veterinária do Programa. “ Assim eles podem conseguir a certificação e comercializar o queijo deles sem nenhum receio, porque se trata de um produto sem riscos à saúde”, complementa.
   O trabalho incluiu também a análise laboratorial do queijo, que é coletado durante as visitas da equipe. “ A análise nos permite saber se há alguma contaminação no produto, e se as adequações feitas pelo produtor estão dando resultados. É com base nela que sabemos se estamos no caminho certo”, relata a bióloga, Bruna Terci Ferreira.

   ADEQUAÇÕES


   Em Joaquim Távora 13 produtores participam do projeto. Alguns, como a Doraci, já estão adiantados no processo de certificação. Outros ainda cumprem etapas para se adequar. “ A maioria produz o queijo em casa. E para atender as normas do S.I.M, algumas vezes é preciso adequar as instalações. Isso tem custo. E nem todos têm dinheiro para fazer essas adaptações imediatamente. Por isso, a agilidade no processo depende muito das condições do produtor também”, conta Bruna 
   Sílvio Luiz Carcia é um dos que estão se adequando para conseguir a certificação. Há quatro anos, ele, a esposa e o filho fabricam diferentes tipos de queijo, coalhada e iogurte. A produção é num cômodo da casa onde vive a família, na zona rural da cidade. “No começo, fazíamos só para o nosso consumo. Mas depois as pessoas começaram a pedir, e a produção foi aumentando. Hoje, nó s vendemos os produtos na feira e em alguns pontos comerciais da cidade”.
   O curso de boas práticas, e a visita da equipe da Unenp à propriedade trouxeram um novo ânimo à família Garcia. Eles não só querem a certificação, como também querem expandir o negócio. “ Primeiro nós vamos fazer algumas adequações aqui mesmo, para atender o que pede a inspeção. Mas já estou planejando construir um prédio próprio para abrigar a fábrica. Agora que sabemos por onde ir, não podemos parar de crescer”, planeja Sílvio. (VICTOR LOPES – Reportagem Local, página 3, FOLHA RURAL, sábado, 9 de julho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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