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quarta-feira, 13 de julho de 2016

O DESAFIO DE COMBATER O CONTRABANDO

   Uma quadrilha que movimentava R$ 1,8 milhão por dia com cigarros contrabandeados do Paraguai foi desbaratada ontem pela Polícia Federal (PF). A Operação Pleura que desarticulou a organização criminosa, cumpriu 21 mandados no Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Onze pessoas foram presas, entre elas um médico e um advogado, moradores de Loanda, apontados como os chefes do esquema. Segundo a PF, eles atuavam na região de Querência do Norte, utilizando os rios Paraná e Ivaí para trazer ilegalmente para o Brasil cerca de 2,5 mil caixas de cigarros por dia. A quadrinha usava portos clandestinos em Querência. Desses locais, a mercadoria era levada por veículos pequenos até propriedades rurais da região , de onde eram distribuídas em caminhões com destino a São Paulo e cidades do interior paulista. A intensa movimentação das embarcações, com carregadores e batedores armados em lanchas de apoio chamou a atenção da comunidade local. O grande poderio dos bandidos levou a polícia a fazer também uma grande operação, com participação de 100 agentes para cumprir os mandados de prisão e apreensão nos três estados. O médico detido ontem atendia em hospitais públicos de Santa Isabel do Ivaí e Santa Cruz de Monte Castelo e deixou de comparecer em plantões, provavelmente por conta da “atividade paralela” criminosa. Cálculo feito pela Associação de Combate ao Mercado Ilegal ((ACMI) revelou que o contrabando causou um prejuízo de R$ 115 bilhões no Brasil no ano passado – 15% a mais do que em 2014. Combater esse tipo de crime é um enorme desafio. Ações de fiscalização nas fronteiras são importantes, mas também é necessário tornar menos atrativo para o crime organizado os produtos mais visados pelos contrabandistas. Para isso acontecer, O governo precisa considerar a redução de impostos desses itens. Cabe ao governo também promover a conscientização da sociedade sobre o prejuízo que a atividade traz para o País e sobre o risco de consumir um produto com origem duvidosa. Infelizmente, muito gente ainda vê o descaminho como um “crime amigo” e não um delito grave. (FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com página 2, quarta-feira, 13 de julho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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