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sábado, 23 de julho de 2016

MEDO EM MUNIQUE


   O atentado terrorista na Alemanha, ontem, acende novamente uma luz de alerta. Não há como esquecer. Em 1972, a mesma cidade de Munique foi o cenário do maior atentado da história das Olimpíadas. Em 5 de setembro daquele ano, terroristas palestino da organização Setembro Negro invadiram a Vila Olímpica, entraram nos dormitórios da delegação israelense, mataram duas pessoas e fizeram nove atletas reféns. Os terroristas pediram a libertação de 200 árabes prisioneiros em Israel. Os jogos foram suspensos, As negociações se estenderam por todo aquele dia e, à noite, a polícia convenceu os terroristas a seguirem para o Egito em dois helicópteros que os aguardavam no aeroporto. Mas, na verdade, era uma emboscada. Quando a polícia alemã atacou, os palestinos revidaram. Ao todo, 18 pessoas morreram, entre elas 11 atletas e cinco terroristas. Até hoje o episódio ficou conhecido como um dos mais longos da história. O trágico episódio de 43 anos atrás mostrou que não se pode tratar com amadorismo a segurança em eventos desse porte. O Brasil passou em testes anteriores, como na Copa do Mundo, mas os olhos do mundo todo se voltam para o Rio de Janeiro depois dos últimos atos de violência impostos pelo Estado Islâmico (EI). Foram três em menos de 10 dias. Primeiro, o massacre em Nice (França). Depois, o ataque a um trem na cidade de Wusburg, também na Alemanha, na última segunda-feira, quando um jovem de 17 anos atacou os passageiros do trem com uma faca. Quatro pessoas ficaram feridas e o rapaz, que jurou lealdade ao EI, foi morto por policiais. A Alemanha, que já estava em estado de alerta, testemunhou ontem mas uma tragédia. O tiroteio eum um shopping em Munique matou pelo menos nove pessoas. Testemunhas disseram terem visto três homens armados. Independentemente da violência e do número de mortos, o terrorismo vence quando impõe medo disseminado e a segurança do imprevisível. Nunca se sabe quando e onde alguém disposto a matar e a morrer pode atacar. A atração de grupos extremistas pelos Jogos Olímpicos não surpreende os especialistas em segurança. Afinal, que evento hoje teria mais projeção internacional? Os brasileiros esperam as desejadas medalhas olímpicas, mas todos sabem que a prova mais importante é garantir a segurança da população e das delegações internacionais. (FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, sábado, 23 de julho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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