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quinta-feira, 21 de julho de 2016

FRAUDE PREJUDICA PACIENTES DOS SUS


   A Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público Federal de São Paulo, conseguiu desarticular uma quadrilha que desviava recursos públicos na compra de equipamentos para implante em pacientes com o mal de Parkinson. A fraude acontecia no Hospital das Clínicas (HC) , em São Paulo, e os prejuízo aos cofres públicos, de acordo com a polícia, pode chegar a R$ 18 milhões. Segundo as investigações do Núcleo de Combate à Corrupção e Improbidade Administrativa, pacientes com mal de Parkinson eram orientados por um neurocirurgião e um diretor do hospital a procurarem a Justiça para conseguir marcapassos cerebrais. A partir das decisões favoráveis aos pacientes, o hospital adquiria equipamentos sem a necessidade de licitação, que custavam cerca de quatro vezes mais que o preço real. Só um médico cirurgião apontado como participante do esquema realizou 75% das cirurgias investigadas. Ninguém foi preso, mas quatro pessoas foram alvos de condução coercitiva ( quando o investigado é levado para depor e depois liberado ): um diretor do HC e um médico, além do dono e de uma funcionária da empresa responsável por importar os equipamentos. Os pacientes beneficiados com as decisões tinham quadros semelhantes ou até menos graves que outras pessoas que estavam na fila para conseguir o procedimento. Chamou a atenção dos investigadores que entre 2000 e 2014 foram realizadas, com ordem judicial, 154 cirurgias de implante para tratamento de Parkinson com recursos do Sistema Único de Saúde (SUS). Neste período, não houve licitação para compra de marcapassos de maneira regular e 82 pessoas não conseguiram operar de maneira regular. Cada marcapasso, segundo o MPF, que deveria custar cerca de R$ 27 mil com licitação, acabou saindo por R$ 117 mil. É uma diferença absurda de preço. A suposta fraude ocorrida em um dos maiores e principais hospitais do Brasil é gravíssima. É uma denúncia que choca pela crueldade em prejudicar centenas de pessoas que esperam muito tempo por um tratamento para uma doença muito séria. Se não fossem as compras superfaturadas dos equipamentos, o SUS poderia ter realizado 600 cirurgias m vez de pouco mais de 150. (FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, quinta-feira, 21 de julho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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