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domingo, 24 de julho de 2016

CRIANÇAS EM PERIGO

 
   A violência está tornando o Brasil um lugar perigoso para crianças e adolescentes. A pesquisa Mapa da Violência de 2015 põe o País em terceiro lugar na lista das 85 nações que mais registram homicídios de pessoas entre zero e 19 anos. São 16,3 homicídios para 100 mil habitantes nesta faixa etária. México e El Salvador são os campeões do vergonhoso ranking, como mostra a reportagem de hoje da Folha de Londrina. O estudo revelou que em 2013 os assassinatos representavam quase metade das causas de mortes de jovens de 16 e 17 anos no Brasil. As principais vítimas são adolescentes do sexo masculino, negros e com baixa escolaridade. Enquanto as mortes de crianças e adolescentes por causas naturais diminuíram 78,5% de 1980 a 2013, as mortes pelas chamadas causas externas, que incluem homicídios, suicídios e acidentes, aumentaram 22,4%. O trânsito também é grande motivo de preocupação e os paranaenses estão entre os que correm mais riscos, pois em 2013, o Paraná foi o quarto Estado com mais mortes de crianças e jovens vítimas desse tipo de ocorrência. Especialistas ouvidos pela reportagem analisam que as ameaças são diferentes, dependendo da classe socioeconômica. Se o trânsito é o maior risco entre os adolescentes da classe média, o crime organizado é a maior ameaça para aqueles que moram na periferia. Álcool e drogas estão presentes em todas as classes. Mudar essa realidade e tirar o Brasil dos primeiros lugares do ranking da violência contra crianças e jovens é um trabalho que envolve uma série de políticas públicas que garantam acesso a serviços básicos de qualidade, como escolas públicas bem estruturadas, bons serviços de saúde, emprego e segurança pública. Infelizmente, todos esses direitos ainda não são garantidos às crianças e jovens porque esbarram no preconceito, na desigualdade e em outro tipo de violência: a corrupção. (FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, domingo, 24 de julho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).  

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