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domingo, 10 de julho de 2016

CAMPEÕES EM DESMATAMENTO


   O Paraná é líder no desmatamento da Mata Atlântica, levando em consideração as três últimas décadas. A informação , divulgada pela   organização não governamental SOS Mata Atlântica, faz parte do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, feito em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Aeroespaciais (Inpe). De acordo com os dados, o Estado registrou supressão de 456.514 hectares entre 1985 e 2015, área dez vezes maior que o município de Curitiba. O valor correspondente a um quarto do total desmatado no País no mesmo período. Completam as três primeiras posições Minas Gerais (383.637ha) e Santa Catarina (283.168ha).
   Os dados mais recentes, referentes ao intervalo entre 2014 e 2015, mostram Minas Gerais como líder do ranking de desmatamento do bioma, com 7.702 hectares devastados, seguido pela Bahia (3.997 ha) e pelo Piauí (2.026 ha). Em quarto lugar aparece o Paraná, que apresentou a maior variação em relação ao boletim anterior. Em 2014, o Estado havia conseguido reduzir o desmate abaixo dos quatro dígitos – 921 hectares – mas no último ano mais que dobrou este patamar. Foram 1.988 hectares devastados, o que significa um aumento de 116%.
   Chama atenção dos ambientalistas que os focos de desmatamento se concentram na região Centro-Sul, onde estão as principais áreas remanescentes de Florestas de araucárias .    A reportagem da FOLHA percorreu 1.2 quilômetros na região de destruição apontada pelo Atlas e encontrou grandes clareiras abertas para pastagem ou cultivo de espécies exóticas, como pinus e eucalipto. O cenário mostrado neste domingo (10) pelo jornal é desolador. Em uma dos municípios visitados, União da Vitória, as autuações por desmatamento são diárias. Acompanhar o trabalho dos fiscais do Instituo Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) é uma aventura que atravessa estradas perigosas, lamaçal, colinas e cercas de arame farpado. Dois municípios paranaenses estão entre os que mais desmataram, segundo a pesquisa: Bituruna e Coronel Domingos Soares. 
   O desafio é interromper esse quadro crônico de desmatamento. É um crime motivado pela ganância que coloca em risco de extinção não apenas a araucária, símbolo do Estado, mas várias outras espécies. (FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, domingo, 10 de julho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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