AMEAÇA DE TERRORISMO NO BRASIL

   A prisão de um grupo de brasileiros suspeito de planejar um ataque terrorista durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro traz alívio e, ao mesmo tempo, preocupação quanto à segurança dos atletas e do público durante a disputa olímpica no País. Por mais que os dez presos tenham sido apontados como amadores, devido ao pouco cuidado na troca de informações pela web e até na compra de armamentos via Paraguai, a notícia correu o mundo e deixa em alerta países e membros das delegações que aqui competirão. De acordo com o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, o grupo vinha sendo monitorado pelo Serviço de Inteligência do governo brasileiro. Eles teriam sido cooptados por facções extremistas por meio da internet, trocaram mensagens preparatórias sobre a realização de atentado terrorista no Brasil e até fizeram um juramento de lealdade - uma espécie de “batismo” virtual – ao temido Estado Islâmico (EI). Apesar de destacar o amadorismo e a desorganização do grupo, o ministro garantiu que as forças de segurança pública não poderiam ignorar uma possível ação em território nacional. E, segundo Moraes, por ora não há indício de que os brasileiros tenham sido financiados pelo Estado Islâmico. Mensagens interceptadas pela Polícia Federal mostram que o grupo planejava treinamento de artes marciais até contatado um site de armas clandestinas no Paraguai para a compra de um fuzil – um AK-47. Ao todo, a PF vem monitorando cerca de cem brasileiros e estrangeiros residentes no País que seriam simpatizantes ao terrorismo. A imprensa internacional, por sua vez, reforçou ontem a fragilidade da fiscalização nas fronteiras, principalmente na tríplice fronteira Brasil-Paraguai-Argentina, em especial Foz do Iguaçu e Ciudad del Este , ponto nevrálgico da segurança por onde entram drogas, armamentos e produtos pirateados. A 15 dias do início da Olimpíada, espera-se que as autoridades brasileiras redobrem os esforços na segurança dos Jogos para que atletas possam competir com toda tranquilidade. Mais que isso, que no país da corrupção ao menos na Olimpíada o destaque seja a competitividade e recorde dos atletas e não um ato de terrorismo, como os ocorridos na França e Estados Unidos recentemente. (FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, sexta-feira, 22 de julho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).