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sábado, 18 de junho de 2016

O DRAMA DA ESPERA POR CIRURGIAS BARIÁTRICAS


   Mais de 51% dos brasileiros têm sobrepeso ou são obesos e 4,5 milhões de pessoas têm indicação formal para cirurgia bariátrica, conforme pesquisa da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM). Esse tipo de operação já é feita com frequência no Brasil, o segundo país com maior número de cirurgias bariátricas realizadas no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Em 2014, 88 mil procedimentos desse tipo foram realizados no País. Desse total, entre 8% e 10% foram custeados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O Paraná, o Estado campeão de cirurgias bariátricas, responde por 42% dos procedimentos feitos pelo SUS. De acordo com a Secretaria de Saúde do Paraná , de janeiro de 2013 até abril de 2016, 10.207 procedimentos foram feitos no Estado pelo sistema público de saúde, totalizando mais de R$ 64 milhões em investimentos.
   Os números são altos. O problema é que os Hospitais credenciados pelo Ministério da Saúde no Estado não conseguem atender a toda demanda. São 13 unidades habilitadas, mas quase a metade delas está na capital ou na Região Metropolitana de Curitiba. O drama de quem espera na fila do SUS para fazer a operação poderia ser amenizado se o processo para conseguir o credenciamento fosse menos demorado. Para se ter um exemplo, o Hospital Universitário do Oeste do Paraná (HUOP), em Cascavel, iniciou em março de 2014 o processo de credenciamento, ainda não concluído pelo Ministério. Enquanto isso, 150 pessoas estão cadastradas no hospital à espera da cirurgia antiobesidade. A Santa Casa de Londrina, única na cidade que realiza o procedimento pelo SUS, esperou 10 anos pela habilitação. No ano passado, a entidade realizou 474 cirurgias bariátricas, sendo 241 pelo SUS. O número de obesos vem crescendo em todo o mundo e a doença preocupa porque leva a outros problemas, como hipertensão e diabetes. A cirurgia bariátrica é uma importante aliada para o tratamento da obesidade e facilita o acesso da população a esse procedimento, quando há indicação médica, é uma questão de saúde pública. (FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, sábado, 18 de junho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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