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sábado, 4 de junho de 2016

A CORRUPÇÃO TEM UM PREÇO INTOLERÁVEL


Qual o preço da corrupção no Brasil? É difícil mensurar quanto o País perde com esquemas de desvio de dinheiro público, mas algumas previsões são assustadoras. O procurador da República Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa do Ministério Público Federal na Lava Jato, calcula que os recursos desviados por crimes de corrupção no Brasil chegam a R$ 200 bilhões por ano. Considerando que somente as propinas pagas com dinheiro da Petrobras, no esquema da Lava Jato, somaram R$ 42 bilhões, é possível ter uma noção d realidade. Até o ano passado, por meio de acordos de delação premiada, a Justiça conseguiu recuperar R$ 1,5 bilhão desviados da Petrobras para os cofres públicos. No Paraná, outra grande operação, a Publicano, que apura um esquema de sonegação fiscal e corrupção, também chegou a quantias bilionárias. A Corregedoria Geral da Receita Estadual divulgou um balanço parcial dos trabalhos de revisão de fiscalizações efetuadas nos últimos cinco anos nas empresas suspeitas de envolvimento no esquema. Segundo a Corregedoria, foram realizadas 383 autuações, que somam mais de R$ 1 bilhão. As multas aplicadas em razão da sonegação chegam a 52% do total. Mesmo que fosse possível calcular os prejuízos causados pela corrupção e recuperar totalmente o dinheiro roubado, ainda assim não se chegaria a um cálculo exato. A corrupção eleva o “custo Brasil”, esse conjunto de fatores que influencia negativamente a competitividade das empresas e atrapalha o desenvolvimento do País. A corrupção afasta investidores estrangeiros e tira empresas competentes de licitações, além de encarecer os nossos serviços. Ela mata a boa imagem do País e prejudica setores importantíssimos. Em que patamar de desenvolvimentos estaríamos se não fosse essa doença sistêmica, que organiza concorrências superfaturadas e lança obras desnecessárias? E se os recursos desperdiçados fossem aplicados em educação, saúde, programas sociais e desenvolvimento dos municípios? O preço da corrupção: intolerável. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, sábado, 4 de junho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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