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terça-feira, 31 de maio de 2016

TRANSPORTE DE CARGAS


   Uma pesquisa divulgada ontem pela Confederação Nacional de Transporte (CNT) mostra a realidade do setor de transportes de cargas no Brasil. Um dos pontos que mais chama atenção no Anuário CNT 2016 diz respeito aos portos. O estudo mostrou que os terminais particulares movimentaram quase o dobro do total de cargas que passaram pelos portos organizados (explorados ou concedidos pela União). Nos terminais de uso privado (TUPs) foram movimentadas 656,4 milhões de toneladas contra 351,1 milhões dos públicos. Isso demonstra que é realmente forte a tendência de crescimento dos terminais particulares. Desde que a nova Lei dos Portos foi aprovada em 2013, já foi aprovada no País a construção de 52 terminais e 10 estão esperando autorização. Empresários ouvidos hoje, pela Folha de Londrina, analisam que os porto públicos estão abarrotados e os governos não têm mais dinheiro para investir. O Paraná só tem um TUP, que opera o transporte de líquidos. Uma sinalização que há espaço para crescimento no Estado. O transporte de cargas por trem também subiu no País, conforme a pesquisa da CNT. O aumento foi de 39,2% entre 2006 e 2015, passando de 238,3 bilhões de toneladas por quilômetro útil para 331,7 bilhões de toneladas útil. Uma tendência que não se refletiu no Paraná. O total de cargas movimentadas pela ALL – Malha Sul caiu 24%, de 18,4 mil por quilômetro útil para 14 mil toneladas por quilômetro útil. Em relação à malha rodoviária brasileira pavimentada, o documento mostra crescimento de 23 %, passando de 170,9 mil para 210,6 mil quilômetros. Já o aumento da frota foi muito maior, chegando a 184%, de 31,9 mil para 90,6 mil veículos no período. 
   A pesquisa da CNT é um estudo essencial e que mostra, mais que as deficiências, desafios e as oportunidades do setor. A construção de portos particulares pode ser vista como uma tendência importante, principalmente porque o País transporta mais sobre quatro rodas e já está claro que a malha rodoviária não acompanha o crescimento dos veículos. É urgente que o País diversifique a sua matriz de transporte, concentrada, hoje, em caminhões. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, terça-feira, 31 de maio de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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