Páginas

quinta-feira, 5 de maio de 2016

SOBRE O ATO DE CUSPIR NOS OUTROS


   No momento em que os esquerdopatas adotam a cultura de cuspir nos outros, o jornalista Oswaldo Militão indaga, em sua coluna, se alguém leu ou escreveu sobre o que aconteceu àqueles soldados romanos que cuspiram no rosto de Jesus. 
   A literatura espírita refere-se com frequência à lei de causa e consequência, encontrável também em outros escritos – ou seja, o que se semeia se colhe. Idêntica resposta vale para os que pediram a sua condenação, aos que o açoitaram, humilharam e o conduziram ao martírio da cruz. Certamente que Jesus perdoou a todos, mas isto não invalida que eles tenham se embaraçado nas teias da expiação, que pode ser penosa ou branda, dependendo das circunstâncias dos males cometidos e do grau de arrependimento de cada um. Nunca um castigo divino, mas a misericórdia que permite a oportunidade do resgate. Sem dúvida que o delito maior foi dos sacerdotes judeus, que formavam no Sinédrio e induziram Pilatos – sabidamente um fraco – à dúvida e a não tomar uma enérgica decisão a favor do divino rabi – eis que tinha esse poder – assim como influenciaram a turba insana que bradou “crucifiquem-no” quando o preposto romano recorreu à opinião do povo ali concentrado. 
   Segundo os ensinamentos da doutrina, muitos dos personagens perversos daqueles dias podem estar ainda envoltos na denominada “roda de samsara”, a das sucessivas reencarnações. Porque dois mil anos passados não são muito tempo. O provável é que passaram ou ainda estão passando por angústia moral, que se traduz pelo inferno dos remorsos. Ou pode dar-se o caso de nem todos haver-se arrependido e ainda chafurdem no universos das sombras eventualmente importunando pessoas e mundos, em forma de governantes corrompidos tiranos, algozes e enganadores. Certo é que ninguém escapa do estigma da semeadura e da colheita. Quando se fala da justiça divina não se deve imaginar um Deus punidor, mas o cumprimento da lei das oportunidades, que é uma graça continuamente concedida quando o indivíduo busca regenerar-se.  Mas todo ser é livre, neste plano terreno e nas demais existências planetárias do vasto e imensurável cosmo, podendo decidir o que quer para si. Está escrito que lhe é outorgado inclusive o direito de não desejar viver a eternidade, mas ingressar na não existência, portanto sua extinção total e irrecuperável. ( WALMOR MACCARINI, jornalista em Londrina, página 2, ESPAÇO ABERTO, quinta-feira, 5 de maio de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

Nenhum comentário:

Postar um comentário