A forma de comunicar-se mudou. Se décadas atrás o telefone celular sequer existia, atualmente o aparelho tornou-se obsoleto para ligações. Completar uma chamada praticamente se tornou a tarefa menos usada da maioria dos usuários. Navegar na internet, enviar uma mensagem de textos, consultar aplicativos e jogar, entre outras inúmeras funções, são cada vez mais solicitados. Se tudo isso foi favorecido pela evolução da tecnologia, também trouxe consequências.
Uma delas é com o trânsito. Digitar mensagens e consultar aplicativos que fornecem informações sobre o tráfego é bastante comum entre os motoristas. Tanto que nessa semana foi realizada ação em Londrina que procurou alertar para os riscos do uso do celular por motoristas e pedestres. Pesquisas indicam que conversar ao celular durante a condução do veículo aumenta de quatro a seis vezes o risco de acidentes enquanto enviar e ler mensagens aumenta em 23 vezes.
É claro que a maioria dos motoristas não se dá conta dos riscos. Estatísticas do Departamento de Trânsito do Paraná indicam que o número de multas aplicadas pelo uso do aparelho aumentou 4% nos últimos três anos, atingindo cerca de 139 mil infrações lavradas no final do ano passado. Como as fiscalizações não são uma constante certamente essa quantidade é bem maior. Por isso, é coerente afirmar que as campanhas de conscientização falham ao não abordar o assunto. Campanhas como “Maio Amarelo” são importantes e deveriam ser mais constantes porque chamam atenção para o assunto.
Outra questão é a punição. Ontem foi anunciado reajuste no valor das multas de trânsito a partir de novembro. A infração leve, por exemplo, passará de R$ 53,20 para R$ 88,38 e a punição gravíssima aumentará dos atuais R$ 191,54 para R$ 293,47. A punição para quem for flagrado manuseando o telefone celular enquanto estiver ao volante passará a ser considerada “gravíssima”. É o primeiro reajuste no valor da multa em 16 anos. O peso maior no bolso certamente contribuirá para “conscientizar” muitos motoristas. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, sábado, 7 de maio de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).
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