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segunda-feira, 2 de maio de 2016

POLÍTICA E NEGOCIAÇÕES


   Com a crise política instaurada e o andamento do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT) é natural que ocorram novos arranjos partidários. Depois de governar o País por 13 anos consecutivos, é natural que o Partido dos Trabalhadores, sigla a que a presidente é filiada e pela qual foi eleita duas vezes e que tem como “estrela máxima” o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, perca parte da sua hegemonia. 
   Assim como especialistas avaliam que o PSDB – outra grande agremiação que tem em seus quadros o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o governador de São Paulo Geraldo Alckmin e os senadores Aécio Neves e José Serra – também perdeu parte do protagonismo. Isso porque o PMDB, partido do vice –presidente Michel Temer , irá ocupar o poder. Além disso, siglas médias ou pequenas ganham mais poder. É inevitável que esses partidos passem a ser cortejados em troca dos votos de seus membros. 
   Fazer política é necessariamente fazer articulações e negociações. O problema é que no atual cenário deve-se evitar que ministérios e cargos comissionados virem mercadoria de troca. O momento é de união e, por isso, é importante que seja feita uma grande coalizão em favor do novo governo – é claro que se a presidente Dilma for de fato impedida . Michel Temer tem essa característica, de ser um grande negociador. 
   No entanto, não deve-se esquecer que o propósito da política é melhorar a vida do povo. A Operação Lava Jato ainda está em curso e entre os citados está o vice-presidente e outros nomes da cena nacional. Da mesma forma que a mobilização popular conseguiu contribuir para que a presidente seja processada, é importante que essa movimentação continue para acompanhar os desdobramentos das investigações e os acordos para formação da nova gestão. No entanto, não se deve aceitar mais negociatas e acordos obscuros que garantam a manutenção do poder. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, segunda-feira. 2 de maio de 2016. Publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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