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sábado, 7 de maio de 2016

MÃES POR ADOÇÃO


   Muitas são as mulheres que optam, planejam e sonham em ser mãe. A maioria delas realiza o desejo da maternidade pelo método natural, ou seja, concebem e carregam seu bebê no próprio ventre. Outra impossibilitadas de conceberem seus bebês recorrem ao auxílio da medicina que por meio de técnicas , como a inseminação artificial e a fertilização in vitro , geram seus filhos. Outras optam pela adoção e acolhem como filho uma criança concebida e gerada por outra mulher. 
   A “gestação “ por adoção é um processo que, na maioria das vezes, ultrapassa os nove meses, o “pré-natal se dá por meio de entrevistas com a psicóloga e com a assistente social, por ligações telefônicas para a Vara da Infância e da Juventude, por consultas ao Cadastro Nacional de Adoção, pela participação e preparação nos Grupos de Apoio à Adoção. Já o “parto” por adoção acontece quando o dia tão sonhado acontece, o momento de conhecer o seu filho.
   A maternidade não é algo natural, constituída através do sangue ou dos genes, a relação de maternidade e de filiação, ocorre no dia a dia, na proximidade, no cuidado, no afeto, no vínculo que se constrói entre mãe e filho. Isto é, independente do método (natural, inseminação artificial, adoção) é preciso adotar os nossos filhos. Adotar significa assumir, aceitar, receber como filho, um ato de amor. Adotar significa cuidar, proteger, querer bem, amar.
   Já ser mãe é voltar a ser criança, cantar e ouvir músicas infantis, contar e ouvir histórias, desenhar, pintar, correr, brincar, arriscar-se. Ser mãe é olhar e ver um mundo cheio de formas , cores e movimentos , piscina de bolinha, cama elástica, gira-gira, escorregador e labirinto. Ser mãe é, ao caminhar parar para observar uma pedra, uma folha, uma formiga. Ser mãe é olhar para o mundo de forma diferente. Mais doce, mais alegre, mais leve, mais pleno. Ser mãe é apaixonar-se pelo seu filho. É adotá-lo com o coração, seja ele da barriga ou não. 
   Como toda a gestante, as “grávidas” por adoção vivem momentos de expectativa, de preocupação, de alegria, de insegurança, de lágrimas... Entretanto, desejo a todas as mulheres que fizeram sua opção pela maternidade biológica ou não, que recebam de coração aberto todas as homenagens que lhes conferem ao “Dia das Mães”, sendo a melhor delas a convivência com os seus filhos, pensando assim, somos homenageadas todos os dias.
   As mulheres que se encontram ‘grávidas’ por adoção permitam-se viver da melhor forma possível esse momento de espera, de preparação para a chegada de seu filho ou filha tão esperado. Sintam-se homenageadas, pois, carregam consigo o desejo de tornarem-se mães por adoção. 
   Apesar do árduo caminho que é hoje adotar legalmente uma criança no Brasil, espero que as mulheres que, por alguma razão, não conseguem engravidar, não abram mão do desejo de ser mãe, de ter um filho, uma filha, por preconceito e por falta de informação sobre esta forma de constituir uma família, a adoção, e de ser feliz, principalmente de fazer uma ou mais crianças felizes, garantindo-lhes o direito de ter uma família. ( GILMARA LUPION MORENO, membro do Grupo de Apoio à Adoção Trilhas do Afeto e professora universitária em Londrina, página 2, ESPAÇO ABERTO, sábado, 7 de maio de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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