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domingo, 22 de maio de 2016

A INCÔMODA SEMELHANÇA ENTRE TEMER E SILMA


   Para o desconforto do presidente interino Michel Temer (PMDB), há muitas semelhanças entre seu governo e e o da presidente afastada, Dilma Roussseff (PT). Foram apenas 10 dias de administração, mas para quem tem seis meses pra mostrar serviço, o tempo é precioso. Por mais boa vontade que a população demonstre, é impossível não fazer comparações. 
   A mais forte vem com a composição dos ministérios, com nomes já bem conhecidos do governo Dilma, entre eles Eliseu Padilha (Casa Civil), Romero Jucá (Planejamento) e Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações). O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, foi presidente do Banco Central nos dois mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva.
   Outra semelhança constrangedora é que a equipe de Temer tem nomes investigados na Operação Lava Jato. Chegando ao ponto de, na última sexta-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizar a quebra dos sigilos bancários e fiscal de Romero Jucá. 
   Nos primeiro dias após a posse de Temer, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, defendeu que políticos suspeitos de envolvimento com corrupção, no caso, não deveriam ocupar cargos no primeiro escalão. Em uma demonstração de abertura, assim como os antecessores, Temer também buscou, logo no início, reunir-se com sindicalistas. 
   O governo sabe que vai precisar dialogar – e muito – com os trabalhadores para emplacar de vez a Reforma da Previdência Social, um dos principais objetivos da nova equipe. É um tema polêmico, e que não pode mais ser adiado. O reequilíbrio nas contas públicas precisa muito dessas mudanças. O diálogo também será importante quando chegarem ao Congresso medidas bem salgadas para muitos setores da sociedade, como a volta da cobrança da CPMF.
É um período ainda pequeno de gestão, mas já se percebeu que, mesmo com seu novo presidente, haverá dias muito difíceis pela frente. Fusão de ministérios, cortes de gastos e reforma da Previdência são medidas antipopulares que precisam ser tomadas para que o Brasil supere o amanhã de incertezas. 
   Porém, existe uma reforma igualmente importante e que anda esquecida, mesmo com todas as denúncias de corrupção no poder público. Sem uma reforma política, quais são as chances do País ser realmente passado a limpo? Estamos falando de um sistema que mantém o Congresso nacional distante da realidade e dos anseios do povo que o elegeu. (FOLHA OPINIÃO opinião@folhadelondrina.com.br página 2, domingo, 22 de maio de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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