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domingo, 15 de maio de 2016

A DIFÍCIL TAREFA DE UNIFICAR


   O discurso do presidente interino Michel Temer focado na recuperação da economia está agradando empresários, otimistas quanto à capacidade da equipe econômica do peemedebista em começar a reerguer o País. Mesmo a declaração do novo ministro da Fazenda Henrique Meirelles, de que a CPMF poderá, sim, ser reeditada para ajudar no ajuste das contas públicas, não desanimou o setor produtivo. Com Dilma Rousseff afastada, entidades que representam a indústria e o agronegócio têm grande esperança quanto à retomada do investimento e a volta da confiança do brasileiro em consumir. A expectativa do setor também é grande quanto à reforma trabalhista e tributária. Se há otimismo entre os empresários, os trabalhadores estão divididos. A Central Única dos Trabalhadores (CUT), forte defensora de Dilma, não reconhece a legitimidade do governo Temer e considera que a administração do presidente interino representará um retrocesso para a classe, com a retirada de direitos. Já a Força Sindical pensa diferente e acredita que os trabalhadores começarão a ver benefícios com impeachment, o principal deles é que os empregos voltem a aparecer. Apesar do processo de impeachment ter sido aberto com folga no Congresso e a maioria da sociedade ter se mostrado a favor do afastamento da petista, está claro que o presidente em exercício também vai colher os frutos de uma imagem impopular. Tanto que ele mal assumiu e será alvo de protestos, hoje, em muitas cidades. Se as equipe ministerial – formada apenas por homens – agradou o Congresso, desagradou os movimentos sociais. As minorias não se sentem representadas e isso é um problema para uma administração que prega união e pacificação. Desde as manifestações em 2013, a sociedade brasileira mostrou que mudou. Antes, acomodado e avesso à política, o brasileiro tomou posição e vem mostrando mais consciência de seu papel transformador. Por isso mesmo, as manifestações, sejam nas ruas ou nas redes sociais, são esperadas. Mas há um apelo para que elas sejam feitas com maturidade e responsabilidade. O que está em jogo é o fim de uma fase angustiante de paralisia governamental. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br domingo. 15 de maio de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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