Páginas

sábado, 2 de abril de 2016

VISITA A LÊNIN E LULA




   Já tive oportunidade de citar aqui uma frase do poeta austríaco Hugo von Hofmannsthal (1874-1929) “Nada está na realidade política de um país se não estiver primeiro na sua literatura”.
   Nesta semana me lembrei não apenas da frase de Hofmannsthal como também de uma passagem do livro “Gog”, do escritor italiano Giovanni Papini (1881-1956). Trata-se de um capitulo intitulado “Visita a Lênin”, em que o propagandista do livro conversa com o líder revolucionário russo, já no fim da vida. Embora seja uma entrevista imaginária, fiquei impressionado ao reler o trecho de Papini, pela imensa semelhança com a realidade brasileira atual. Troque-se Rússia por Brasil; bolcheviques por petistas; pauladas por corrupção – e teremos uma quase perfeita descrição do que estamos vivendo. 
   Ao entrar na mansão de Lênin (um tríplex da Rússia comunista) , Gog faz elogios à “grande obra” realizada por Lênin. O velho revolucionário dá uma risada sarcástica e diz: Mas estava tudo pronto! Os estrangeiros e os imbecis acreditam que aqui se tenha criado algo novo. Erro de burgueses cegos. Os bolcheviques nada mais fizeram do que adotar, desenvolvendo-o, o regime instaurado pelos czares e que é o único adequado ao povo russo. Não é possível governar cem milhões de brutos sem pauladas (...). Hoje temos dois milhões de comunistas. É um progresso, um grande progresso, mas 98% dos russos não ganharam nada em troca. E isso é justamente o necessário, o que eu desejo e, de resto, absolutamente inevitável. 
   Lênin prossegue em sua sinceridade brutal: 
   - Os homens, sr. Gog, são selvagens medrosos que devem ser dominados por um selvagem sem escrúpulos – como eu. O resto é conversa, literatura, filosofia e música para uso dos trouxas. O último ideal de todo governo deveria ser tornar o país parecido com um estabelecimento penal. Se o senhor pensar bem, verá que a vida na cadeia é a mais adequada para a maioria dos homens. Assim que um homem entra na cela é obrigado a levar uma vida de inocente. 
   Por que estou contando essa história? 
   Por saber que muitos leitores desta coluna têm filhos em idade escolar e não querem que eles sejam dominados pelas mentiras esquerdistas. 
   Nesta semana conversei com alguns professores de ensino médio de nossa cidade que têm realizado um trabalho heroico: mostram aos alunos livros e filmes que contam a história do socialismo. Os professores relatam que muitas vezes os jovens caem no choro ao descobrir a verdade sobre a esquerda. Mas é infinitamente melhor descobrir essa verdade aos 15 anos do que depois dos 40, como tem acontecido a tantas pessoas de minha geração, que ainda insistem em defender o PT e justificar a destruição do Brasil. É melhor que o menino chorar do que o velho se enganar . É melhor visitar Lênin aos 15 do que sofrer Lula aos 45. ( FONTE: Fale com o colunista: avenidaparana@folhadelondrina.com.br página 3, caderno FOLHA CIDADES, espaço coluna AVENIDA PARANÁ – por Paulo Briguet, sábado, 2 de abril de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

Nenhum comentário:

Postar um comentário