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sábado, 23 de abril de 2016

TECNOBROTO DIVERSIFICA RENDA DOS AGRICULTORES


   Sistema criado e cedido gratuitamente pela Embrapa permite produção de brotos de soja para entrada em mercado de produtos saudáveis

   O pequeno produtor que deseja diversificar a produção e entrar em um nicho de mercado pouco explorado no País, passa a contar com a Tecnobroto, tecnologia criada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária ( Embrapa) para tornar mais acessível e simples o fornecimento de produtos como a conserva de broto de soja. De baixo custo, o equipamento permite a transformação de sementes em produtos comestíveis e de alto valor agregado em supermercados, nos mesmos moldes do tradicional broto de feijão (moyashi, no nome japonês), feito com feijão-mungo e que ocupa 50% do mercado. 
   De acordo com a Embrapa, a conserva mais barata do derivado de soja custa em torno de R4 10 e tem 220 gramas (g). Com 1 kilograma (kg) de sementes, é possível gerar 2,5 kg de brotos. O Tecnobroto permite que o agricultor produza o produto de forma automatizada e sem uso de químicos, contando com controle de temperatura da água e tempo de irrigação. Na prática, basta colocar as sementes preparar ao aparelho e reabrir de três a sete dias depois para recolher os brotos. 
   O pesquisador Marcelo Álvares de Oliveira, da Embrapa Soja, afirma que se trata de uma solução que visa melhorar a condição econômica do agricultor, que a cada cinco dias pode produzir 6 kg de brotos, em qualquer época do ano. “Hoje, o broto é produzido de forma arcaica e, com esse esquema, é possível contar com tecnologia e automatização para ter uma plantação maior”, diz. 
   Oliveira aponta o baixo custo do equipamento, com instruções disponibilizadas gratuitamente pela Embrapa. São necessários caixas d’água de capacidade de 100 litros , bombas de drenagem d’água, mangueiras de PVC, bicos de aspersão, bomba de PVC para funcionar como depósito de água, “timers” para controle de frequência e tempo de irrigação, materiais elétricos, materiais hidráulicos, peneiras, sistema controlador de temperatura da água e boia para controle do nível de água do reservatório. “O mais caro são o recipiente que entra em contato com o alimento e as peneiras, que têm de ser de aço inoxidável”, conta. 
   Além de servir para soja e feijão, o equipamento serve para outros tipos de brotos vendidos no mercado, como bambu e rabanete, e tem tamanho variável, conforme a necessidade. O pesquisador alerta, porém, que não há relação com a soja comercial produzida em larga escala. “É uma soja mais tardia, de ciclo determinado, que foge da commodity”, cita. “É um nicho para quem busca o mercado de alimentação mais saudável, porque o teor de proteína do broto é de 43% enquanto o comum é 35%, além de ser rico em isoflavona”, completa. A isoflavona é responsável por diminuir sintomas da menopausa ou o risco de osteoporose. 
   A Embrapa registrou o equipamento como tecnologia e não como como patente, devido à simplicidade e possibilidade de qualquer pessoa adotar o sistema. Mais informações podem ser obtidas pelo endereço eletrônico www.embrapa.br/soja/tecnobroto, pelo e-mail soja.eventos@embrapa.br ou pelo telefone (43) 3371-6068/6067. (FÁBIO GALIOTTO – Reportagem Local, página 7, FOLHA RURAL, sábado, 23 de abril de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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