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sexta-feira, 22 de abril de 2016

MULHERES NA POLÍTICA


   Uma proposta de Emenda à Constituição (PEC) em discussão no Senado (38/2015) propõe o aumento da representatividade de mulheres nas mesas da Câmara Federal e do Senado. O projeto de autoria da deputada federal Luiza  Erundina (PSOL-SP), já recebeu parecer favorável da Comissão de Constituição e Justiça, e deve ser discutido em plenário nos próximos dias. A proposta é polêmica e divide opinião dos parlamentares. 
   O fato é que poucas mulheres optam por seguir carreira política. Enquanto mais da metade da população brasileira é formada por pessoas do sexo feminino e as mulheres têm obtido importantes conquistas na sociedade e no mercado de trabalho, o mesmo não ocorre na vida política. Trata-se de uma questão cultural, tanto que além da presidente Dilma Rousseff (PT), que enfrenta processo de impeachment no Senado, a proporção de mulheres no comando das prefeituras , nas assembleias legislativas, nas câmaras municipais e até mesmo em cargos comissionados em ministérios e secretarias é bem menor que a quantidade de homens. 
   No entanto, a política brasileira teria muito a ganhar se houvesse uma maior participação feminina. As já reconhecidas características femininas no mercado de trabalho poderiam contribuir sobremaneira em cargos públicos. Mesmo com a lei 12.034/2009, conhecida como a minirreforma eleitoral, que obriga os partidos a preencher, e não só reservar, 30% nas chapas eleitorais para candidatas, há dificuldades para cumprir a legislação. Muitas agremiações não encontram mulheres dispostas a disputar uma eleição. E, portanto, essa desproporcionalidade nas casas legislativas que ocorre quase que naturalmente. Se aprovada a PEC, muitas parlamentares terão que participar de várias comissões devido à baixa quantidade de representantes. 
   É preciso incentivar uma maior participação das mulheres na vida pública do País em geral. É uma questão de educação, que deve começar entre as crianças. A igualdade dos gêneros é uma questão que o Brasil precisa avançar até mesmo porque uma sociedade mais justas e igualitária passa por isso. As diferenças têm que ser respeitadas, mas devem ser encaradas como características que se complementam, não como itens depreciativos ou indicativos de superioridade. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, sexta-feira, 22 de abril de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).  

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