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quinta-feira, 21 de abril de 2016

A IMPORTÂNCIA DE INVESTIR EM TRATAMENTO PARA DEPRESSÃO


        Dados da organização indicam que o quadro de doença mental tem se agravado globalmente.

   Centro da OMS aponta que cada US$ 1 para tratar a doença gera retorno de US$ 4 por meio de melhorias na saúde e na capacidade de trabalho da paciente.

   Brasília – Cada US$ 1 investido no tratamento para depressão e ansiedade gera um retorno de US$ 4 por meio de melhorias na saúde e na capacidade de trabalho do paciente, de acordo com estudo conduzido pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A publicação estima, pela primeira vez, benefícios financeiros e na área de saúde associados a investimentos no tratamento das duas formas mais comuns de doença mental em todo o mundo. 
   De acordo com a OMS, o estudo publicado ontem no periódico The Lancet Psychiatry oferece um forte argumento para mais investimentos nos serviços de saúde mental em países com todos os tipos de renda. “Sabemos que o tratamento para depressão e ansiedade é bom para a saúde e bem-estar do paciente. Essa publicação confirma que ele também faz sentido do ponto de vista econômico”, disse disse a diretora-geral da entidade. Margareth Chan.
   Dados da organização indicam que o quadro de doença mental tem se agravado globalmente. Entre 1990 e 2013, o número de pessoas com depressão e/ ou ansiedade aumentou em quase 50%, passando de 416 milhões para 615 milhões. Isso significa que cerca de 10% da população global são afetados pelo problema e que as desordens mentais respondem por 30% das doenças não fatais registradas no mundo. 
   A pesquisa calculou os gastos com tratamento e os resultados em saúde de 36 países de baixa, média e alta renda. Os custos estimados para ampliar o tratamento, principalmente o aconselhamento psicossocial e a medicação antidepressiva, totalizaram US$ 147 milhões. O retorno, entretanto, supera de longe a cifra: uma melhora de 5% na participação da força de trabalho, o que torna a produtividade avaliada em US$ 399 bilhões. A melhora na saúde do paciente acrescenta mais US$ 310 bilhões à economia. 

   ABAIXO DO NECESSÁRIO 

  Apesar disso, o estudo alerta que o investimento atual em serviços de saúde mental permanece bem abaixo do necessário. De acordo com o Atlas da Saúde Mental de 2014, os governos gastam em média, 3% do seu orçamento em saúde com a área de saúde mental – variando de menos de 1% em países de baixa renda a 5% em países de alta renda. 
   Emergências humanitárias e conflitos em curso segundo a pesquisa, aumentam ainda mais a necessidade de ampliar as opções de tratamento em saúde mental. A OMS estima que, em meio a essas situações, o cenário pode chegar a uma em cada cinco pessoas afetadas por depressão e ansiedade. “Precisamos encontrar meios de garantir que o acesso a esses serviços se tornem uma realidade para todos os homens, mulheres e crianças, onde quer que estejam”, acrescentou a diretora-geral da organização. ( PAULA LABOISSIÉRE – Agência Brasil, página 2, caderno FOLHA CIDADES, quinta-feira, 14 de abril de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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