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quarta-feira, 27 de abril de 2016

LIVRO, COMPANHEIRO FIEL


   Comemorou-se no último dia 23 de abril o Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor. Uma data como essa deve ser comemorada, sim, pois é um marco. É como um aniversário. Na data, lembramos mais de viver, sem deixar entretanto, de saborear a vida cotidianamente. 
   Hoje podemos destacar com maior ênfase que a leitura é nossa companhia diária. Parafraseando Paulo Freire, antes de ler a palavra, lemos o mundo e o fazemos com maior eficácia na medida em que somos capazes de compreender e interpretar a realidade que nos rodeia. 
   O homem, em busca de solidificar a possibilidade de ler o mundo, criou a escrita. Com isso, perpetuou a palavra, facilitando sua própria vida, uma vez que a leitura da palavra não é mais senão uma ponte para a leitura do mundo. 
   E nessa arte de ler a vida, o homem superou-se e criou o livro!
   Eclético, pode estar cheio de sonhos, de realidade, de magia. Recheie-se daquilo que nós queremos que esteja pleno. 
   Sempre disposto, não reclama se for esquecido por uns dias, nem se for solicitado no meio da noite. Permanentemente fiel pode estar conosco onde quer que estejamos. Segue mudo ao nosso lado, e nos fala somente quando o interpelamos. Se perguntamos, responde. Se não, segue quedo, pacato, plácido.
   Sábio, constantemente tem algo a nos dizer, sobre todo e qualquer assunto. Seriedade bobice, para rir ou chorar, não importa: ele pode nos dizer coisas instrutivas, ou mesmo pilhérias insignificantes. 
   Por seu intermédio, nossa mente pode ser expandida, nossos conhecimentos aperfeiçoados. Temos nele meios de adquirir
novos saberes, confirmar ideias ou mesmo mudar nosso ponto de vista. Ele é virtuoso!
  Mesmo quando não gostamos muito do que tem a dizer, somos livres para escolher outro, e outro, e outro, até que um deles seja aquele que melhor aquieta nossos anseios, nossos desejos. 
   Os livros são, portanto, pequenas gotas diárias da vida, de liberdade, de luz, de saber, de conhecimento. Podemos viver sem eles? Até que sim. Porém essa vida será escura, sem sonhos. Uma vida sem livros é como solo sem chuva: improdutivo, ressequido, inanimado. Como uma casa fechada em que não entra nem sol nem vento. 
   Coloque saber, luz e cor em sua vida: leia!
   Mário Quintana já dizia que o verdadeiro analfabeto é aquele que sabe ler, mas não lê. Portanto, erradique o seu próprio analfabetismo e trabalhe para erradicá-lo. 
   Leia hoje amanhã, depois, a vida toda! Leia para seus filhos. Leia para seus pais. Leia para seus amigos. 
   Se você é professor, por favor, abra uma janela de luz, sonho na alma de seus alunos. Construa seres capazes de pensar: leia em sala de aula – da primeira a décima segunda classe. Isso, com certeza, construirá indivíduos críticos, capazes de ler sua realidade e, com isso, trabalhar para torná-la melhor para si e para todos. 
   Um passo hoje, outro amanhã, e o caminho inteiro se faz. (ELIANE VITORINO DE MOURA OLIVEIRA, docente na universidade de São Tomé e Príncipe pelo programa Leitorado do Governo Brasileiro, página 2, ESPAÇO ABERTO, quarta-feira, 27 de abril de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).    

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