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segunda-feira, 11 de abril de 2016

IRREGULARIDADES NA REFORMA AGRÁRIA


   Com as atenções voltadas ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), mais um escândalo divulgado semana passada pela imprensa pode ter passado despercebido da maioria da população. O programa de reforma agrária, desenvolvido pelo Incra, beneficiou com a doação de lotes políticos, pessoas com renda considerada alta, mortos e até mesmo bebês. As irregularidades foram apontadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) que ainda determinou a paralisação imediata do programa em todo o País. 
   A auditoria do TCU identificou mais de 578 mil beneficiários irregulares e representam cerca de 30% de toda a base. É mais um exemplo que aponta o descaso com que os bens públicos são tratados pelos agentes, até mesmo porque o TCU afirma que o Incra tem descumprido as recomendações há vários anos. Ainda que o programa gere muita controvérsia – como a desapropriação de fazendas produtivas, a demora para o cumprimento de mandados de reintegração de posse e a forma de ação de grupos como o MST e Contag -, se operado corretamente certamente os benefícios são inquestionáveis porque proporcionam uma nova perspectiva de vida a muitas famílias. 
   No entanto, o que não se pode continuar a tolerar são ações violentas desses grupos e uma “reforma agrária” que não cumpre seu objetivo. É dinheiro público desperdiçado. O que precisa ocorrer é punição. Agentes públicos que conduziram irregularmente o processo têm que responder pelos seus atos, assim como os beneficiários. Se o País chegou ao limite de uma “crise ética” , também são por atos como esse. A revisão de velhos comportamentos e as mudanças não ocorrerão apenas com a saída da presidente Dilma Rousseff (PT) do poder – é preciso haver uma mudança geral de comportamento de toda a população. 
   Além disso, a população precisa acompanhar mais atentamente a vida pública do País. Apenas votar a cada eleição não é mais suficiente até porque os atos desses agentes apontam que não se pode descuidar. O afastamento da política não pode continuar, somente eleitores vigilantes é que poderão mudar os rumos do País. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, segunda-feira, 11 de abril de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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