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quinta-feira, 31 de março de 2016

SEM TRÉGUA


   Aedes Aegypti não tem dado trégua. Em uma incansável escalada, semanalmente vários casos de dengue são acrescidos na lista e, conforme o último boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde, 10% dos 399 municípios paranaenses enfrentam epidemia da doença. Ao todo são 18.541 casos confirmados e já foram registradas 31 mortes, 299 municípios estão infestados pelo mosquito há pelo menos 12 meses consecutivos. São números significativos e que retratam fielmente a gravidade do problema. 
   O cenário se repete em vários Estados brasileiros. Ainda há a preocupação com as outras doenças transmitidas pelo Aedes, como a zika e a chikungunya. Na região Nordeste há o registro do maior número de microcefalia em bebês, sugestivas de infecção congênita. É um problema muito maior e que vai afetar várias gerações de brasileiros. E, por isso, é preciso tratar mais seriamente o combate ao mosquito Aedes aegypti.
   A realização do “Dia D”, quando são envolvidas várias autoridades e e se promove uma força-tarefa para exterminação de criadouros, é importante, mas o País precisa de muito mais que isso. Faltam inseticidas para a aplicação do Fumacê, que teriam que ser repassados pelo Ministério da Saúde. Como discutir o assunto seriamente com um governo que sequer faz a sua parte em situações graves como a atual? É preciso muito mais que marketing. Prevenção à saúde se faz se faz sim com investimentos e com a capacitação de profissionais. 
   Campanhas de conscientização tem de ser uma constante. Tem que ser feito um trabalho contínuo junto à população para extermínio de criadouros, Infelizmente, o cidadão brasileiro não é educado para ações cidadãs. Basta dar um rápido passeio pelas ruas de qualquer cidade para verificar lizo jogado no chão e em terrenos baldios. São ações indevidas da própria população que não foi educada. Por isso, as campanhas devem ser intensificadas e devem ser iniciadas pelas crianças. Não se pode dar trégua ao mosquito. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, quinta-feira. 31 de março de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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