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domingo, 27 de março de 2016

JOVENS SOFREM COM DESEMPREGO


   As filas que se formam frequentemente nas unidades do Sistema Nacional de Empregos (Sine) não escondem a realidade. O desemprego castiga o brasileiro e o estrago é maior ainda entre a população mais jovem, que nos últimos anos conseguiu adiar a entrada no mercado de trabalho a fim de se dedicar mais ao estudo. Porém, hoje, a situação é bem diferente. A crise econômica não poupa quem deveria estar apenas estudando ou no máximo trabalhando como menor aprendiz. Foi em uma dessas filas por emprego que a reportagem da FOLHA encontrou pessoas muito jovens, com menos de 16 anos, a procura de uma ocupação remunerada com o objetivo de ajudar a compensar a perda da renda familiar. As famílias brasileiras estão mais pobres e a geração que desconhecia a inflação está sentindo os reflexos da recessão econômica. Se os últimos 10 anos foram de estabilidade, 2016 chegou ao mercado pelas dificuldades, situação que piora com incerteza política. 
   No último ano, cresceu muito o número de adolescentes e jovens à procura de uma ocupação, cenário apontado pela Pesquisa Mensal de Empregos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Historicamente, o índice de pessoas desocupadas nesta faixa etária é sempre maior que a média geral. O crescimento da taxa, porém, indica que a crise está antecipando a entrada dos mais novos no mercado de trabalho. Conforme o IBGE, em janeiro de 2015 a taxa de desocupação na faixa de 18 a 24 anos era de 12,9%. Um ano depois, atingiu a marca de 18,9%, numa alta de seis pontos percentuais. O desemprego aumentou em todas as idades, mas em proporção bem menor, pouco mais de 2%. No Paraná, a realidade não é diferente. Uma pesquisa referente ao terceiro trimestre de 2015, realizada também pelo IBGE, indica que o desemprego atingiu 13% das pessoas na faixa etária de 18 a 24 anos, o que totaliza um contingente de 111 mil jovens procurando emprego no período. No ano anterior, a taxa era de 9,1%. 
   O desemprego entre jovens em uma consequência atual, que são as dificuldades financeiras para enfrentar as necessidades imediatas, mas também terá reflexo no futuro. Há o risco dessa população se tornar menos qualificada, com as dificuldades de encontrar estágios e boas oportunidades de entrada no mercado de trabalho. A magnitude desse problema dependerá do tempo que o País levará para se reerguer. Pode Executivo e Congresso precisam encontrar uma solução urgente e definitiva para o quadro econômico, caso contrário, a inflação alta e a recessão tendem a agravar ainda mais o desemprego. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, domingo , 27 de março de Março de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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