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quarta-feira, 16 de março de 2016

'A GENTE NÃO PRECIS DE POLÍCIA PARA TOMAR BASEADO DELES'


   A frase que intitula este artigo foi publicada na edição de 9 de março da Folha de Londrina, atribuída ao coordenador do curso de História da UEL, Marcos Antônio Neves Soares. Ele fala também que “ao invés de fazer o policiamento, vai se voltar contra a comunidade interna. O consumo de maconha entre os alunos é cultural e não podemos fechar os olhos. A PM, ao invés de ir atrás de quem nos ameaça, vai atrás dos nossos alunos”. E termina com a frase: “A gente não precisa de polícia para tomar o baseado deles”.
   Sobre a maconha, segundo dados do site www.infoescola.com, essa troca tem como efeito do seu consumo, alucinações, ansiedade, angústia, pânico, sendo que os efeitos a longo prazo são muito mais danosos: maior chance de desenvolver câncer de pulmão, bronquite, sistema imunológico fragilizado, tosse crônica e arritmia cardíaca. E não há como dissociar o uso de substâncias entorpecentes das práticas criminosas, com destaque para os crimes contra vida. Ademais, uma das principais causas da delinquência está centrada no uso, consumo e comércio das drogas ilícitas, e dentre elas a maconha. Também é sabido que, atualmente, muitas famílias foram dilaceradas quando a droga ilícita, seja maconha ou outra qualquer, adentrou pela porta da sala ou cozinha, ou entrou na bolsa do jovem em fase escolar. Mães e pais choraram e choram por seus filhos em razão do vício maldito. Há casos de crianças e adolescentes envolvidos com o uso e o comércio de maconha, nesse ambiente acadêmico, citado pelo nobre coordenador. É um submundo que muitos usuários desconhecem e fazem questão de passar ao longe. 
   Nesse contexto, há ainda inúmeros casos de criminosos que, sob o efeito de drogas, adentraram residências de famílias de bem e constrangeram a todos. E muitas famílias enfrentam, caladas, o problema da droga que roubou a paz, em todos os sentidos. Certamente, os pais e familiares desses milhares de meninos e meninas não entendem como cultural essa prática destruidora, que é o uso de substância entorpecente. 
   A polícia não está para tomar “baseado” desse ou daquele jovem viciado em maconha ou nas demais drogas, mas sim para salvaguardar vidas e aplicar a lei, pois o uso de drogas ilícitas é crime, embora não seja prevista a pena de prisão para o usuário. Além do fato criminoso, a história, coincidentemente, mostra-nos as inúmeras mortes registradas em Londrina; talvez, não a história ensinada na universidade coordenada pelo ilustre coordenador, mas aquela que é registrada, cotidianamente, nos plantões hospitalares e nas delegacias de polícia.
   Devemos enfrentar o tema e entendermos que o argumento da opressão policial militar, por ocasião do patrulhamento no campus da universidade, não encontra espaço em dias atuais. Muitos policiais do Paraná são acadêmicos ou foram acadêmicos da UEL, inclusive aqueles que patrulham as ruas do entorno do campus. As décadas que sucederam os anos 70 e 80 já passaram. Nos dias de hoje, com arrimo na lei pátria, trabalhamos com foco no cidadão, tendo como pilares de todas as ações a preservação da vida e o rigor na aplicação da lei, tudo sob a filosofia do policiamento voltado para as comunidades. O policial militar, nesse enfoque, funciona como um facilitador para resolução de problemas, seja fora ou dentro de qualquer campus universitário. A lei e a ordem é para todos. ( MARCOS ANTONIO TORDORO, mestre em Políticas Públicas, especialista em Direito Penal e capitão e Oficial de Planejamento do 5º Batalhão da Polícia Militar de Londrina, página 2, ESPAÇO ABERTO, quarta-feira. 16 de março de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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