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sexta-feira, 4 de março de 2016

'A BRUXA' VIRA SENSAÇÃO DE HORROR NOS ESTADOS UNIDOS



   Até o mestre da literatura de terror, autor de “O Iluminado”, Stephen King, declarou que “sentiu medo” com o longa

   LOS ANGELES – Poucas coisas possuem a capacidade de amedrontar Stephen King, um dos maiores escritores da literatura de terror. Mas um longa financiado por um brasileiro conseguiu o que parecia impossível. “A Bruxa” me meteu muito medo” declarou o autor de “O Iluminado” , mês passado, em seu Twitter. “E é um filme de verdade, tenso e provocador, além de visceral “. 
   Mas a jornada de “A Bruxa”, que estreia hoje no Brasil, rumo à aprovação do mestre do terror foi longa. O diretor norte-americano Robert Eggers batendo nas portas de pequenos e médios estúdios. Todos torciam o nariz para a ideia de uma família banida da comunidade religiosa durante a América colonial do século 17 e que passou a ser dizimada por uma entidade maligna. 
   “Ninguém queria fazer o longa que eu desejava!, disse Eggers à reportagem .
   Até o brasileiro Rodrigo Teixeira, da RT Features, colocar a mão na sinopse e no argumento do cineasta estreante. “Fui o primeiro investidor a entrar no projeto, sem ler o roteiro. Era um filme difícil, de conceito complicado, mas senti que havia algo bom na ideia”, lembra-se o produtor. “Me deixaram ser obsessivo com os detalhes e escolher o elenco que queria. Não estaria aqui sem eles”, relata Eggers vencedor do prêmio de direção no Festival de Sundance, ano passado. 
   O risco se apagou. Somente no fim de semana de estreia nos EUA , “A Bruxa” rendeu três vezes mais que o orçamento de US$ 3,5 milhões e já chega aos US$ 20 milhões. Uma marca impressionante tratando-se de um filme de horror de arte sem nenhum astro. 
   “A Bruxa” é um retrato sem concessões da paranoia religiosa que parece impregnada na humanidade – ontem e hoje. Passado cerca de 60 anos dos julgamentos de Salem, Massachussets, nos quais 14 mulheres foram acusadas de bruxaria, o longa segue um fazendeiro (Ralph Ineson), que tenta construir uma vida com a mulher ( Kake Dickie) e os cinco filhos no meio das florestas da Nova Inglaterra, em 1630.
   A família começa a sofrer com uma suposta influência sobrenatural e a filha mais velha (Anya Taylor-Joy) é vista como uma bruxa. Mas não espere narizes com verrugas e vassouras voadoras. “Hoje, as bruxas não significam nada além de uma decoração brega de plástico no Halloween, mas para a mente puritana calvinista do século 17, elas eram tão reais quanto uma árvore ou uma pedra. Para conseguir pensar assim, precisamos voltar àquele período.”
   E foi o que fez Egeers, de certo modo. Os atores precisaram ensaiar o inglês arcaico, se acostumar com as filmagens sem luz natural e trabalhar com ferramentas antiquadas. “Fizemos uma jornada a uma terra selvagem e isso nos transformou em uma família”, diz a atriz Anya Taylor-Joy. (RODRIGO SALEM – FOLHAPRESS, página 3, FOLHA 2, quinta-feira, 3 de março de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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