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segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

UNIÃO DO BEM


   Os maus governantes, que robustecem no Brasil atual império de desmandos e corrupção, estão gerando uma corrente de união nacional, estribada na indignação popular e que se avoluma a cada revelação de um novo escândalo no âmbito dos poderes. Porque a situação reinante já gerou elevado grau de efervescência e poderá levar à combustão. Corrompidos, no mínimo por aceitar substanciais ganhos e favorecimentos; e corrompidos (muitos deles) por favorecer as negociatas, eles caíram no descrédito da população, com algumas poucas exceções.
   O aspecto salutar daí decorrente é a unificação da união pública, contrária a tantos abusos. É previsível que em dado momento pode ocorrer o fenômeno conhecido como “estouro da boiada”, que é quando, por um susto abrupto, um animal da tropa dispara e os demais o seguem. Aí não há nada que os detenha. Diante do que ocorre no Brasil, só um levante do povo porá fim a isso, ou no mínimo desencadeará o processo.
   Se as coisas se agravarem, não se descarta uma intervenção das Forças Armadas – o que não significa tomada de poder mas uma medida de salvaguarda das instituições, porque esta é sua função profissional – ou não haveria razão de existirem. Sim, seria um ato de exceção, a exemplo de 1964, para restabelecer a ordem pública, destronar os agentes corrompidos e reformular leis e sistemas inadequados. Uma autêntica revolução de ideias e posturas. Na verdade já vivemos um regime de exceção, porque não existe outro nome para tanto abuso de poder.
   Quando os militares intervieram em 64 foi porque as esquerdas já ofereciam sério risco à segurança nacional, tal qual o momento presente, porque hoje os parafusos da República estão frouxos. Quem viveu aqueles momentos do passado sabe o que ocorria. Foi quando, depois do célebre comício da Avenida Presidente Vargas de 13 de Março daquele ano, no Rio, o presidente João Goulart (do PTB) anunciava medidas extremas de desapropriação e confisco de terras e outros bens particulares, no estilo soviético – e então o povo acordou e passaram a realizar-se as marchas da Família, com Deus e pela Liberdade.  Eram os brasileiros de pé e à ordem, e as Forças Armadas seguiram-lhes os passos. Para uns, foi golpe, para outros um contragolpe. O mais está registrado na história, sem ignorar que também houve excessos.
   Hoje, a corrente do mal viceja no âmago do Congresso e demais parlamentos, no Executivo (conforme autorizados depoimentos) também em segmentos da alta corte do Judiciário. São poderes que deveriam estar acima de qualquer suspeita. ( WALMOR MACCARINI, jornalista em Londrina, página 2, ESPAÇO ABERTO, segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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