Páginas

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

SANEAMENTO E DOENÇAS


   Não poderia ser mais oportuno o tema da Campanha da Fraternidade desse ano. Organizada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e pelo Conselho Nacional das Igrejas Cristãs, a proposta é discutir sobre o saneamento básico. Comparativamente à média nacional, o Paraná e Londrina oferecem boas condições, o que não significa que não precisa melhorar. Na cidade, o acesso à água tratada é universal, o que não ocorre com o saneamento.
   Reportagem da FOLHA relata o drama de famílias que têm que conviver com o esgoto a céu aberto. Sujeira, mau cheiro e risco constante de doenças são temores presentes na rotina desse grupo. No Brasil, cerca de cem milhões de pessoas ainda não têm acesso às redes de coleta de esgoto. Apenas 39% dos dejetos são tratados. São números muito altos para que obras de saneamento não figurem entre as prioridades dos governos. Além disso, rede coletora de esgoto ajuda na prevenção de doenças e na redução de custos com internações hospitalares. Portanto, são investimentos mais que justificáveis.
   No entanto, triste constatar que, em função da crise econômica, até mesmo as verbas governamentais destinadas à vigilância epidemiológicas foram reduzidas. Levantamento publicado no início deste ano aponta que no ano passado os recursos destinados a essa finalidade foram de R$ 4, 6 bilhões (para controle e prevenção de doenças). Os desembolsos também caíram em pelo menos 17 Estados e no Distrito Federal. Esses números por si só já explicam o aumento na população de mosquitos Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e febre chikungunya. 
   Outro importante dado é um estudo da Organização das nações Unidas (ONU) que aponta que para cada R$ 1 investido em saneamento, economiza-se R$ 4 em gastos com saúde. Segundo a ONU, se 100% da população tivesse acesso à coleta de esgoto haveria uma redução, em termos absolutos de 74,6 mil internações. Também haveria redução de 15,5% no número de mortes. Se os números são significativos, é preciso direcionar recursos para obras de saneamento. ( FOLHA OPINIAO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

Nenhum comentário:

Postar um comentário